Nos dias que se seguiram ao vinte cinco de Abril de setenta e quatro, “Nem mais um soldado para as colónias” era uma palavra de ordem que se berrava nas manifestações que, então, se realizavam quase diariamente por todo o país e que, simultaneamente, se pintava nas paredes de vilas e cidades. Manifestar-se e pintar paredes eram, naqueles tempos conturbados, actividades prazenteiras e que agradavam ao pessoal.
Depois disso houve ténues tentativas de contestar o serviço militar obrigatório em que foram usadas frases como “Não quero ir à máquina zero”, “Tropa não” e outras onde se manifestava uma certa irritabilidade perante a obrigação de "assentar praça". Não levaram a lado nenhum, é verdade, mas sempre iam animando o pagode mais contestatário. Porque, como se sabe, o fim da tropa obrigatória apenas aconteceu quando Paulo Portas foi ministro da Defesa de um célebre governo que foi demitido porque o Presidente de então, Jorge Sampaio, se cortou ao fazer a barba.
O fim das "crianças soldados" é, também, uma boa causa. Embora, por se tratar de uma realidade distante, pouco mobilizadora. Mas, ainda assim, lixada. A mensagem também não ajuda. É fraquinha. Os mentores da ideia podiam, por exemplo, ter optado por pendurar as mãos com o dedo médio espetado. A fazer o característico gesto obsceno. É o que merece essa malta das guerras. Não que eles se importassem, mas tinha mais piada. Tal como está parece uma ornamentação manhosa a embelezar o coreto decrépito. Sem êxito, diga-se.
É triste e bem doloroso haver "crianças soldados" e concordo com tudo o que seja para abolir esse "nem tenho adjectivo".
ResponderEliminarMas há e muitas e sobre elas pendenm os olhares indiferentes de todo o mundo.
Quanto à foto, com ou sem "gesto obsceno" chama a atenção como te chamou a ti, mas poderemos nós fazer alguma coisa contra esse flagelo? Não, excepto se a imagem for além fronteiras e neste mundo de cabos até poderá surtir um pequenino êxito!
Bom sábado