Kadhafi tem azar com os amigos. De líder carismático o homem passou, quase num ápice, a louco varrido e a constituir uma séria ameaça à paz, à estabilidade, à democracia e a não sei que mais conceitos deveras interessantes. Pelos menos nas palavras daqueles que, durante décadas, encontraram sempre justificações para as tropelias em que foi envolvendo o país que, possivelmente por pouco tempo, ainda governa.
Poderá, acredito piamente, ser isso tudo. Mas parvo é que o excêntrico ditador líbio não é de certeza. Não deve ser por acaso que Kadhafi aponta o dedo à Al Qaeda como estando na origem destes movimentos, alegadamente espontâneos e populares, que têm ocorridos por todo o mundo árabe. Até porque em matéria de terrorismo o gajo é um perito. A agitação a que temos assistido é perfeitamente organizada e tem uma estratégia bem definida. Colocar no poder regimes islâmicos. Só um anjinho, daqueles mesmo anjolas, não vê.
Trata-se de uma estratégia perfeita. Qualquer que seja o resultado destas movimentações, tenham ou não sucesso, cheguem ou não ao poder, o objectivo dos islamistas será sempre atingido. Se os "movimentos populares" falharem ou por alguma estranhíssima razão a islamização demorar mais tempo do que o previsto, haverá sempre - já está em curso - mais uma vaga de emigrantes desses países que se deslocarão para a Europa, fazendo crescer ainda mais a influência da politica islamico-fascista no velho continente.
No fundo o azar de Kadhafi é também o nosso. Os amigos que agora o abandonam e apelidam de maluco estão também a lixar-nos a nós. Contrariamente a outras guerras, agora esses amigos não mencionam o petróleo, o poder, a ingerência e mais uma quantas alarvidades que estiveram em voga na deposição de outros ditadores por paragens não muito distantes. A ironia da coisa é que esses amigos vão também, num futuro não muito distante, ser vitimas das suas novas amizades.
Ao contrário de outros países em redor, Kadhafi nunca teve ajudas externas, mas era ele que ajudava os outros, os "tais amigos da onça pois claro", graças ao petróleo e ao que conseguia cobrar ao povo com a sua rigida ditadura uma das mais fortes/diabólicas da região. Figura excêntrica como outros...e no que vai dar toda aquela rebelião não sei, mas que infelizmente em todas as ditaduras e falsas democracias paga sempre o justo pelo pecador...e quando surge um guerra civil...digo o que disse quando passei por uma: quem tem cú, tem medo e daí se vê que quem se põe à parte se puder fugir...foge e infelizmente a realidade descreves muito bem no teu último parágrafo.
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