Verdade verdadinha que gostava de comungar do positivismo exacerbado e da infinita esperança num futuro radioso que emana das hostes socialistas. Ficaria deveras agradado se, tal como esses optimistas inveterados adoradores do ainda líder do actual PS, fosse capaz de descortinar mais do que um país, qual navio sem rumo, a navegar à vista, prestes a afundar, tomado de assalto e governado por um bando de piratas doidos. E histéricos a maioria deles.
Deste rótulo não excluo nenhum nível de governo. Desde o central até à mais pequena junta de freguesia. Que, por acaso, é aqui perto e, se calhar, até é bem gerida, diga-se. Depois de terem andado a despejar rios do dinheiro que não tínhamos em cima de uma crise onde, argumentavam para justificar tão parva estratégia, o importante era ajudar a economia veio outra crise - que por acaso até era a mesma - e desataram a cortar a torto e a direito - mais o primeiro que o segundo - com a justificação que é necessário poupar e rentabilizar os recursos que, afinal, são escassos.
Nessa altura, a exemplo do governo, não houve autarquia que não elaborasse o seu plano anti-crise. Muita despesa, muito apoio a tudo e mais alguma coisa, que no apoiar é que está o ganho e as eleições eram logo a seguir. Volvidos poucos meses e uns quantos actos eleitorais, a história repete-se. Mas ao contrário. Multiplicam-se os planos de contenção de custos e as despesas são seleccionadas criteriosamente. Ou quase. O governo corta na saúde, no abono de família e aumenta todo o tipo de taxas e impostos. As autarquias isentam ou reduzem os preços dos bens e serviços que vendem ou prestam aos seus munícipes, aumentam as comparticipações financeiras a associações e eleitores e, qual cereja em cima do bolo, apoiam os agregados familiares em situação de insolvência. Os tais que estouraram todos os limites de crédito, que não pagam um chavo das dividas que contraíram, se pavoneiam como se fossem gente importante e que deixaram outras famílias a arder com as dividas que não pagaram. Parece-me justo!
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