terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Totós

Quase todos já fomos, pelo menos uma vez, abordados por alguém que nos pretendia inquirir, ao vivo ou pelo telefone, acerca de um assunto especifico para fins estatísticos, para a realização de um qualquer estudo de mercado ou desses a que vulgarmente chamam sondagens. Coisas destas há para todos os gostos – e alguns desgostos, também – muitas delas com resultados verdadeiramente surpreendentes. 
É o caso do estudo, recentemente divulgado pelo Jornal de Noticias, segundo o qual sessenta e um por cento dos portugueses não confiava a chave de casa ao alegado engenheiro que por cá nos vai lixando. O facto de trinta e nove em cada cem cidadãos equacionar a possibilidade de confiar a chave da sua residência à criatura, deixa-me absolutamente perplexo. Ao carteiro, ao homem que vai contar a luz, a água, levar a botija de gaz ou reparar a tvcabo, seria mais ou menos normal que assim fizessem. São, por norma, pessoas sérias. 
Apenas encontro alguma justificação para este facto se levarmos em conta que o universo dos inquiridos inclui pessoas que enchem a despensa de açúcar para os próximos dez anos, que adquirem medicamentos que deixam de ter comparticipação ainda que o mais provável seja estes passarem da validade muito antes que tenham tempo de esgotar o stock e que, por duas vezes, elegeu um pantomineiro compulsivo.

3 comentários:

  1. Eu não confio a chave da minha casa a ninguém e a última pessoa que queria ver era esse gajo.

    Não faço parte dos assambarcadores do açucar nem dos medicamentos.

    No entanto sempre que sou "sondada" e porque me deparo com jovens que podiam ser meus filhos e por saber que "recebem" conforme o nº que conseguem fazer, respondo, mas respondo apenas ao que quero e às que não quero digo passo.

    As sondagens valem o que valem e para mim 99,9% valem ZERO!

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  2. Apesar de escandalizado acredito nos resultados desta sondagem. Ao que parece há um estudo qualquer que garante haver uma percentagem mais ou menos idêntica de portugueses que padece de um qualquer distúrbio mental...E, como se sabe, só alguém nessas circunstâncias confia no Sócas!

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  3. Sem sombras de dúvidas e 39% (de quantos e de quem?) são mesmo filiados no PS e têm que obedecer ao patrão.

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