Penso ter, em tempos, escrito qualquer coisa acerca da perplexidade que me causa a estranha e absoluta necessidade daquelas pessoas que não têm ocupação nem horário a cumprir – porque estão reformadas, desempregadas ou por outro motivo qualquer que não é para aqui chamado – e, apesar disso, escolhem precisamente a hora de almoço, ali entre o meio dia e meia e as treze horas, para fazer as suas compras diárias. Volto hoje ao tema porque continuo a acreditar, mas isso sou eu a dizer, que não custava nada tratar da aquisição dos bens essenciais à sua subsistência aí pelas dez da manhã. Ou pelas onze, vá. Até porque não acredito que seja gente para prolongar manhã dentro a sua estadia na cama. De resto para deitar cedo e tarde erguer boa companhia se há-de ter e não me parece que seja o caso.
Isto aplica-se especialmente às senhoras de idade mais avançada. O que, estando Estremoz cheio delas, assume proporções alarmantes. Tenho o maior respeito pelas velhotas. Até porque, não tarda, serei tão velho como elas são agora e, quase de certeza, ainda mais chato e rabugento. Mas, confesso, causa-me uma especial irritação sair do emprego e ver os minutos da minha hora de almoço esvaírem-se na fila da padaria, do talho ou do supermercado porque, à minha frente, umas quantas velhinhas - ou outros desocupados - escolheram exactamente aquela altura para fazer o que podiam ter feito nas três horas anteriores. Isto porque, ao contrário delas, não posso ficar a degustar tranquilamente a minha refeição pela tarde fora.
Se viver o suficiente para isso, vou vingar-me. Hei-de fazer o mesmo. Talvez, até, pior. Depois de fazer as compras passear-me-ei de carro pela cidade. A dez à hora. Só para chatear aqueles malucos apressados, que insistem em cumprir horários, e que vão atrasados para o emprego porque perderam parte da hora de almoço empatados por quem podia fazer compras noutro horário.
Olha meu amigo se gargalhada pagasse imposto tinha acabado de entrar em falência.
ResponderEliminarSou reformada, sou velhota, deito-me cedo e levanto-me cedo e faço as minhas compras quase na abertura dos estabelecimentos para evitar precisamente o que escreves com o qual nunca atinei, mas entendo que os mais velhos que eu adoram ficar em casa e irem quando está menos frio ou sei lá porquê. E quando se po~em a falar? aiiiiiiiiii jasus:)
A minha mãe tem 81 anos, felizmente autónoma e na sua casinha aqui bem perto e quando saimos (uma vez por semana) é sempre depois das 14h. Compra por atacado, congela o pão, etc. etc. Deita-se às 3/4 da manhã, lê imenso e vê os programas dela e só se levanta às 13h ou 14h, quando não tem que sair:)
Já na caixa, ela e as duas amigas e vizinhas, todas quase com a mesma idade, todas dão prioridade aos novos porque dizem que têm mais que fazer e eu à espera:) numa seca que...enfim...amaino com resmas de paciência!
Agora, seu vingativo a "dez à hora só para chatear" és mesmo mauzinho:):):)
Um abraço