Admito que seja da minha má vontade mas, por mais que me esforce, não vejo qual o problema – gravoso ao que parece – da existência no próximo ano de vários feriados à terça e à quinta feira. Para haver as chamadas pontes que, ao que dizem, custam largos milhões de euros ao país, é necessário que o governo conceda tolerância de ponto e, mesmo assim, será uma situação que afectará apenas os funcionários públicos. O que, tratando-se de uma cambada de improdutivos, não deverá afectar assim tanto a economia nacional. A menos que essa coisa da improdutividade sirva apenas para outros argumentos. Nomeadamente àqueles que reclamam do excesso de funcionários públicos e que fazem exactamente o mesmo porque não está um em cada esquina para o servir.
Uma “ponte”, na ausência de tolerância de ponto, é sempre feita à custa de um dia de férias de quem opta por prolongar os dias de descanso. Sabendo-se que o aumento da duração das férias não é coisa que se preveja venha a acontecer, parece lógico que quantos mais dias o trabalhador gastar em “pontes” menos de dias de férias irá gozar. O número de dias de ausência ao trabalho será, portanto, sempre o mesmo. Com “pontes” ou sem elas. Assim sendo não consigo entender o motivo de preocupação pela generosidade do calendário. Não é por nada, mas sempre gostava de saber se as criaturas que espalham estas atoardas vão conceder tantos dias de descanso às suas empregadas domésticas...
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