segunda-feira, 19 de julho de 2010

Onde se gasta o dinheiro que não há...

Verdade seja dita que é graças ao Simplex do engenheiro Sócrates que podemos ficar a saber como é gasto algum do nosso dinheiro. Aquele que não há para vencimentos e pensões dignas ou para manter muitos serviços públicos em condições minimamente dignas. Através do portal “Base.gov” é possível seguir, entre outras coisas, os ajustes directos que as entidades públicas vão fazendo e, por aí, aferir da maneira, muitas vezes desvairada e irresponsável, como são geridos os nossos recursos financeiros. 
As festas e tudo o que lhes associado consomem parte significativa. Espectáculos e foguetório para animar a malta não podem faltar e custam larguíssimas dezenas de milhares de euros que, supõem-se, um dia serão pagos porque, por agora, são apenas mais números para a divida. A titulo de exemplo cite-se um Município situado bem a norte que numa noite de fados gasta 25.950€. Mais iva, claro. 
Também a avaliação do desempenho dos funcionários municipais está a sair cara aos munícipes. Mas é bem feito. Foi, afinal, das medidas socráticas mais aplaudidas e, como sempre escrevi, também das mais parvas. Constata-se que muitas autarquias, se calhar todas, não tem condições de, só por si, desenvolver e implementar todo o emaranhado completamente estúpido que constitui o processo de avaliação, daí que recorram a entidades externas para o fazer. Coisa que, como é bom de ver, custa dinheiro. Muito e que, digo eu, podia ser utilizado em prol da comunidade. Uma autarquia, de pequena dimensão e com reduzido número de trabalhadores, acaba de adjudicar por treze mil e quinhentos euros, a que acrescerá o iva, uma assessoria técnica para o efeito. Agora é só fazer a conta e, se todas seguirem o exemplo, multiplicar por trezentos e oito. Daria quatro milhões cento e cinquenta e oito mil euros. Digo daria porque, como referi, o exemplo é de uma Câmara Municipal com cento e poucos funcionários e o preço, acredito, será ligeiramente superior numa autarquia com setecentos ou oitocentos... 
Os exemplos são tantos que dariam para vários post diários de um blogue apenas dedicado ao tema. Termino com mais um. Um fantástico subsidio de vinte cinco mil euros atribuído por um Município, igualmente do norte e perto do mar, a uma associação internacional de defesa dos animais. Amigos destes nunca são, de facto, de mais.

1 comentário:

  1. Ora nem mais...e espraias só uma parte que é mal gasta pelo Máquina do Estado, daí se falar tanto mal dos funcionários públicos, porque são de facto funcionários públicos e toda essa maquinaria alimentado por todos nós, onde também são incluidos.

    Mas, há sempre um mas...o mais pequeno e que sempre foi honesto e um belissimo trabalhador paga pela fama sem nunca ter tido o proveito!!!

    Gostei e parabéns pelo post!

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