Vão, dentro de dois dias, entrar em vigor as novas normas de atribuição de diversas prestações sociais. O objectivo não é moralizar, ajudar quem mais precisa ou, sequer, redistribuir melhor o apoio do Estado. Pretende-se apenas cortar. Coisa que, ainda há bem pouco tempo, deixava José Sócrates e seus lacaios para lá de indignados por a então líder da oposição tencionar fazer o mesmo.
Apesar das modificações não estarem a ter junto da opinião pública o impacto que, me parece, deviam merecer, elas vão afectar uma parte muito significativa da população. Talvez porque a medida mais emblemática, assim de repente, aparenta não não mexer com os interesses de muita gente. Refiro-me à fantástica ideia de – assim, sem mais nem menos – excluir do âmbito dos beneficiários de algumas prestações sociais quem tenha um património mobiliário superior a cem mil euros. Um conceito que englobará, ao que me é dado perceber, as contas bancárias e carteiras de títulos dos membros do agregado familiar e que deixa de fora os sofás, os cordões e crucifixos de ouro ou as notas estrategicamente colocadas debaixo do colchão. Tal como tudo o que estiver “ao largo”...
Aparentemente afigura-se ter alguma lógica deixar de subsidiar quem tem um pé de meia significativo e que, por isso, não precisará das migalhas do Estado. Sabe-se, contudo, que as coisas não são assim tão simples. Podemos deparar-nos com situações em que alguém, mesmo com um vencimento pequeno mas porque sempre fez uma vida regrada, tenha uma conta bancária bem recheada e, em consequência, perca o direito ao abono de família. Enquanto isso, outro ganhando bastante mais mas avesso a poupanças ou especialista na arte de as fazer sumir – das mais diversas formas – continua a beneficiar da protecção da segurança social.
Claro que qualquer reforma deixará sempre pontas soltas ou buracos por onde alguns poderão passar. No caso presente ainda pior porque não se trata de reformar seja o que for. Pretende-se apenas cortar. O verbo que, a par de encerrar, o governo socialista melhor conjuga.
Ainda não li os termos da dita "reforma" que irá ter impactos muito negativos naqueles que andaram a "mamar na burra durante anos" e que se acomodaram a não fazer nada e outros que fazem nada lhes falta e ninguém lhes pega!Deverá ser visto caso a caso e indo pela tua ideia será mesmo "corte" quando poderiam receber mas a troco de "trabalhos comunitários e não só" e que há tanto por fazer!
ResponderEliminarInjustiça para mim são todos os que trabalharam uma vida inteira e NO DURO, hoje com reformas pequenas que não chegam aos 300 euros, mas que por viuvez recebem outra e num somatório "...até 676 euros" levam 1º de IRS.
Enfim...