domingo, 11 de julho de 2010

Ao correr do fecho

Nas últimas semanas tem estado em foco a polémica sobre o encerramento das escolas com reduzido número de alunos. Reduzido quer dizer, nas intenções do governo, menos de vinte e um. Como não podia deixar de ser este propósito causou uma onda de indignação entre pais, professores e autarcas tendo, todos eles, vindo a terreiro expressar os mais variados argumentos em defesa da manutenção do actual estado de coisas. 
É consensual que o encerramento dos estabelecimentos de ensino, principalmente quando se assiste a uma sequência que parece interminável  de fecho dos serviços públicos, potenciará ainda mais o processo de desertificação do interior. No entanto há que ser racional. E muitos dos argumentos esgrimidos são manifestamente parvos. Defender que apenas podem existir encerramentos com a concordância dos pais dos alunos afectados parece-me um deles. Claro que os pais daquele aluno, único frequentador do estabelecimento a encerrar mas que mantém três empregados afectos ao seu funcionamento, nunca irão concordar. Espantoso é que a autarquia – seja ela qual for - que paga, pelo menos, dois desses ordenados e suporta todos os custos associados, também se oponha ao fecho. 
A falta de racionalidade na gestão, o compradio ou o cumprimento de promessas de emprego a correlegionários, levou nos últimos anos a um aumento inusitado do número de pessoas admitidas pelas autarquias para “trabalhar” nas escolas. Isto, enquanto a quantidade de alunos diminuía. É por isso que ninguém me tira da cabeça que, mais que pelos interesses dos alunos, é pela defesa dos seus interesses que muita gente refila. Tem, naturalmente, direito a fazê-lo. Mas, porra, digam-no. Até pode ser que nós os compreendamos.

3 comentários:

  1. Conforme já disse num post, que aqui fecharam algumas no ano passado e depois de muitas guerras, hoje todos estão satisfeitos. Mas concordo em absoluto com tudo o que dizes e sobretudo no remate finql: "é pela defesa dos seus interesses que muita gente refila."

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  2. Ao abrir o meu espaço, deparei-mecom este blog.
    Gostaria de saber algo sobre seu autor, visto ser a primeira visita que me faz. Tenhopor princípio receber bem quem por bem vier. Certamente que seu auror não passou por passar , se deseja continuar a passar , faça favor entre porque aas minhas portas estão sempre abertas. Ainda sou do tempo em que as fechaduras eram só para os cofres. Tenha um bom fim de semana.

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  3. Fecha-se escolas, porque não se dá incentivos aos jovens e semi-jovens a ter filhos.
    Se não há filhos, como é que se vão "preencher" as escolas?
    Se não crianças, quem é que mais tarde vai cuidar de nós (idosos)?
    A maternidade deveria ter prioridade e incentivos em qualquer Governo!
    MFCC

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