Os últimos números de dois dos três jornais que se publicam em Estremoz revelam-nos factos que, a confirmarem-se, serão no mínimo preocupantes. E sublinho no mínimo.
Comecemos pelo Ecos e o excelente trabalho jornalístico, sob forma de reportagem, intitulado “Este país não é para velhos” em que é abordada a temática dos lares da terceira idade e a maneira como estes cuidam dos idosos. Da sua leitura ficamos a saber que funcionárias das ditas instituições ouvidas pelo jornalista admitem já ter batido num utente e que encaram isso como um meio de os fazer entender algumas regras.
Por mais casmurros que sejam os velhotes – a casmurrice é uma coisa que normalmente se vai acentuando com o avançar da idade - pensava eu que quem trabalha num daqueles locais teria, por formação profissional, várias maneiras de os fazer entender as regras a que estão sujeitos sem necessidade de recorrer à violência física. Pelos vistos estava enganado. O melhor é ir preparando o couro para quando chegar a minha vez de ocupar um desses lugares...
Mas nem tudo o que nos é reportado, relativamente a esta matéria, é mau. A fazer fé num excerto do texto, uma das empregadas inquiridas envergaria uma bata arejada. Seja lá o que for que isso signifique. Embora desconfie que se trate de uma peça de vestuário adequada às condições climatéricas que se têm feito sentir. O que revelará, por parte dos responsáveis da instituição, a preocupação de proporcionar às suas colaboradoras fatiotas confortáveis, que contribuam para melhorar o seu desempenho e, por consequência, prestar um melhor serviço aos utentes.
Por sua vez o Brados desta semana publica mais uma entrevista a um presidente de junta de freguesia do concelho. Ficamos através dela a saber que, na freguesia em causa, a carteira do Presidente e o cofre da Junta se complementam. São, digo eu, assim uma espécie de vasos comunicantes. Porque, garante o autarca, quando não há dinheiro paga ele e que depois vai retirando a pouco e pouco.
Não está, naturalmente, em causa a honestidade do senhor. É, aliás, uma pessoa integra, séria e dedicada à sua terra. Isso não pode ser colocado em causa. No entanto o procedimento adoptado colide frontalmente com todas as regras do rigor e da transparência e revela a forma como ainda se olha, principalmente em meios pequenos, para o exercício do poder.
Não vou, acerca desta pouco feliz tirada do entrevistado, recorrer à velha máxima da mulher de César porque, no caso, o que é também parece. Lembro apenas que o voluntarismo quase nunca é o melhor caminho e que, quando menos se espera, se acaba por virar contra quem o pratica.
Tou chocada!
ResponderEliminarOnde está o respeito?
Mesmo que sejam teimosos... Dá-se castigo, mas não se bate!
Haja respeito!
MFCC