segunda-feira, 19 de julho de 2010

As inconfidências da ira

Bastou que a Ministra André cometesse a inconfidência de revelar a possibilidade da função pública ter, em 2011, um aumento igual à inflação para os paspalhões de serviço virem a terreiro bramir a sua ira contra os largos milhões de euros que isso irá custar aos contribuintes. Se depender deles os funcionários públicos podem tirar o cavalinho da chuva porque nunca mais verão o seu vencimento ser actualizado. 
Muitos destes opinadores fazem parte da geração que há cerca de vinte anos berrava nas ruas contra as propinas, que guincha hoje contra os imaginários privilégios dos trabalhadores e que destilará a sua raiva amanhã se o governo decidir cortar a publicidade institucional, paga a peso de ouro, com que enche páginas de jornais. Gente bem na vida, quase toda com pedigree e a quem os portugueses devem, quase tanto como aos governos que tem passado pelo poder, muito daquilo que é hoje o estado do sitio. Talvez, com um pouco de sorte, venha por ai uma crise que faça desaparecer do mapa esta cambada de invejosos!

3 comentários:

  1. Não sou contra os aumentos na função pública, mas até só um determinado patamar ou escalão. Inconfidente ou não deu asas às vozes de burros, que felizmente segundo o ditado...não chegam ao ceú:))

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  2. São os pseudo-liberais, que gostam de escrevinhar nos blogues e jornais contra a função pública mas, depois, na hora do aperto vão a recorrer ao estado para verem se lhes salva as negociatas e tal. A função pública tem as costas largas e num país de invejosos (inveja de quê, já agora?) já se sabe. É o que eu costumo dizer: se os funcionários públicos não fazem nada, não se percebe por que razão o país não avança, porque aqueles que dizem isso devem trabalhar como mouros e o seu esforço compensaria largamente o laxismo dos servidores do estado.

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  3. invejosos?!!! o termo certo é mesmo MERDOSOS.

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