quarta-feira, 24 de março de 2010

Só?!

Um estudo recentemente divulgado revela-nos que um em cada cinco portugueses tem alguma espécie de problema de índole mental. São, portanto, malucos. Melhor, entre cada cem, vinte de nós são doidos varridos. Dois milhões, mais coisa menos coisa. Nada que constitua grande novidade ou que motive reacções de espanto. Poderá, quando muito, suscitar uma leve interrogação. Assim do género: “Só?!”
Identificar o quinto de cidadãos envolvidos nesta problemática é que não me parece tarefa fácil. Como distingui-los dos outros oito milhões que, tal como eles, também se julgam pessoas normais?! Mais difícil ainda quando a maioria dos cidadãos não reconhecem os seus erros, os seus defeitos e, regra geral, são perfeitamente incapazes de assumir os seus problemas ou os que causam aos outros. Diria antes que vivemos num país de narcisos. Pior. De narcisos malucos.

4 comentários:

  1. Mais difícil ainda quando a maioria dos cidadãos não reconhecem os seus erros, os seus defeitos e, regra geral, são perfeitamente incapazes de assumir os seus problemas ou os que causam aos outros. Diria antes que vivemos num país de narcisos. Pior. De narcisos malucos.
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    Entendo e respeito o teu ponto de vista, que lendo a frio não consigo ficar em desacordo.

    Mas este estudo, que li na integra (porque leio tudo o que engloba justiça e saúde), fala de algo mais e que não não se pode limitar numa sintese televisiva ou jornal (papel).
    Há os que nascem com deficiências que na minha juventude eram "escondidos" dos olhares da sociedade. Felizmente que hOje tudo mudou (eu tenho uma linda sobrinha com paralesia cerebral provocado por um mau parto) embora a sociedade ainda tenha os comportamentos que todos sabemos.

    O estudo refere algo mais grave e assustador que atinge cada vez mais uma geração dos 16 aos 40: o esgotamento cerebral (que é errado porque o cérebro não esgota)o certo seria o cansaço cerebral e sequente depressão de vários níveis e motivado por mil factores.

    Respeito profundamente quem padece deste problema tão mal entendido por quem o rodeia sobretudo familiares e estaria aqui a noite toda o que poderia dizer numa só frase: há quem consiga contornar os problemas por vezes graves e por algo inofensivo entrar num túnel tão doloroso, porque todos podemos sofrer do mesmo e no melhor pano caí a nódoa, daí discordar a interpretação genérica de "maluco".
    Sofri muito ao longo da minha vida entre elas uma guerra civil com cenários dantescos, fome, muita fome, roubaram-me a minha terra vermelha mas não o meu sorriso, acreditar e esperança. Posso dizer-te que já consegui ajudar alguns (só faço o que posso e até onde os meus braços chegam) a sairem de depressões graves e com tentativas de suicidio. Hoje estão perfeitamente bem! Como consegui? Saber ouvir, ouvir, mas por vezes também gritando um NÃO e NÃO, dando um murro na mesa e sem palavrinhas mansas :)

    Gosto imenso dos teus posts que me fazem pensar e ir sempre mais além e por isso o meu sincero obrigado, desta que não sabe ser sucinta como tu heheheh

    Um abraço

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  2. A percentagem de malucos deve ser muito mais elevada. Por exemplo, só um doido varrido aturaria estes políticos, estes banqueiros e estes empreiteiros, sem pegar numa caçadeira.

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  3. vivemos numa sociedade em que a linha que separa os malucos dos normais é quase invisivel.
    No nosso país os malucos acham-se normais, e os ditos normais acham que estão a ficar malucos.

    Mario J

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  4. "De sábio e de louco cada um de nós tem um pouco" (adágio popular).
    Eu penso e julgo que faço parte dos 8 milhões de cidadãos de mente sã...
    Mas sei lá como os outros me julgam?!
    Fica o narcizismo que faz parte de cada um de nós, é a vaidade nacional!
    MFCC

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