terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Foi para isto que andaram a estudar?!


Posso, ainda que vagamente, perceber a intenção de baixar os vencimentos dos funcionários públicos. Não que isso, como está amplamente demonstrado, constitua um ganho para as finanças publicas no seu conjunto, mas dada a popularidade da medida admito que possa ser defensável do ponto de vista eleitoral. Compreendo até que economistas e outros doutores destas áreas estejam convictos da sua bondade. Incompetentes e parvos há em todas as profissões e gente com canudos comprados a saber tanto daquilo em que se diplomou como eu a perceber de cozinha tchechena é coisa que não falta.
Já quanto à ideia mirabolante de reduzir os vencimentos intermédios e baixos da função pública, aumentado em contrapartida os mais altos, é que nem sei o que diga. Principalmente em face dos argumentos utilizados para defender a tese que, segundo os alucinados que a propõem, pagando mais aos do topo eles não vão à sua vidinha laborar para outro lado e pagando menos aos outros adequa-se o seu vencimento ao que se paga no privado onde, ao que nos querem fazer acreditar, se ganha muito menos.
Vinda de um iletrado perdido de bêbado esta teoria era capaz de ter a sua piada. Agora dita de forma séria – no sentido de que não se estão a rir – faz-me reflectir na utilidade da parte dos meus impostos que tem servido para financiar os cursos a estas bestas. Alguém que explique a esta gentalha quanto pagam hoje a generalidade das empresas aos licenciados. E já agora, se eles souberem, que esclareçam para onde é que os técnicos superiores do Estado, que ganham cinco ou dez vezes mais e têm as tão apregoadas regalias, vão que melhor estejam. Seria também interessante saber quanto pensam reduzir os vencimentos dos que menos recebem. Quatrocentos e oitenta e sete euros não darão para baixar muito. A menos que queiram instituir um salário ainda mais mínimo para a função pública.
Será muito pouco provável que entre os três leitores que vão ler este texto se encontre alguma das alimárias que tem sugerido esta medida. Mas, se por uma estranha coincidência isso acontecer, aconselho que vá perguntar à mamã ou ao papá quanto é que pagam à empregada doméstica lá de casa. Quando souber é capaz de começar a pensar que no Estado os menos qualificados não são assim tão bem pagos. 

2 comentários:

  1. Não consigo perceber a inteligência destas bestas, mas tenho a certeza que dividir para reinar compensa!...anda todo um povo de orelhas murchas e humilhado.

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  2. O povo está adormecido...ou melhor atordoado...e tens toda a razão, subscrevo!

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