domingo, 17 de fevereiro de 2013

À vontade!


Num tom de voz claramente irritado e em circunstâncias que não vêm ao caso, porque pouco ou nada acrescentariam à historieta, alguém me fez notar que era “autarca da Câmara do (…) só para o pôr à vontade”. Dada a grande velocidade a que o alegado autarca produziu esta afirmação nem dei conta da ligeira pausa, que daria sentido à frase, e que significaria a existência de um ponto final a seguir à identificação da autarquia. Apesar disso admito que a criatura a tenha feito. Até porque será muito mais coerente que o homem desempenhe o cargo que alega por amor à sua terra do que para me pôr à vontade. Admiti, por isso, que o senhor terá afirmado que é “autarca da Câmara do (uma determinada terra). Só para o pôr à vontade.”
Lamentavelmente ficaram por esclarecer as inquietantes duvidas que manifestei perante o interesse da extemporânea revelação. O alegado autarca tratou de desviar a conversa. Apesar de não ter visto esclarecido o motivo porque ficaria à vontade perante a informação que me estava a ser transmitida, acredito que foi melhor a troca de palavras ter seguido outro rumo e, principalmente, ter terminado pouco depois. É que entre as muitas coisas que me irritam, as referências aos lugares que se ocupam estão no topo da lista. Nomeadamente quando isso envolve a intenção de deixar o interlocutor à vontade. Seja lá o que for que isso queira dizer.

2 comentários:

  1. Desculpa, mas não consegui perceber o cerne da questão!

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  2. Não percebi, mas naquela parte dos lugares que se ocupam, é quase sempre a primeira pergunta que nos fazem. Digo eu, se é que percebi o que o Kruzes quis dizer. Isto das 2ªf...

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