domingo, 24 de fevereiro de 2013

Onde é que está a dúvida que andámos a viver acima do que podíamos?


São muitos os que ficam com os cabelos em pé quando ouvem dizer que vivemos – e se calhar continuamos a viver – acima das nossas possibilidades. Isto enquanto país, obviamente. Não gostam e acham que os problemas estão algures noutros pontos quaisquer da nossa vivência em sociedade. Terão, sem dúvida, toda a razão relativamente a muitos argumentos que evocam para rebater a tese, que abominam , de termos andado a esbanjar o dinheiro que tínhamos, o que não tínhamos e o que provavelmente nunca chegaremos a ter.
O pior é que a razão deles não chega. O problema vai muito para além dela. E o gráfico junto é por demais elucidativo. Os juros e encargos com a divida representam a mais importante parcela da despesa financiada com os nossos impostos, superam até os gastos com a saúde, o que, somando o BPN, torna o país praticamente ingovernável. Digamos que se fosse uma empresa, ou mesmo um particular, um destes dias era declarado falido. 
Ora estes encargos resultam de empréstimos que foram contraídos para financiar investimentos e para irmos mantendo o nosso simpático nível de vida. O mesmo que muitos portugueses fizeram, portanto. Desgraçadamente todos os créditos têm aquela parte chata, aborrecida e muito desagradável que envolve o seu reembolso e o pagamento dos respectivos juros. Coisa para a qual não temos graveto porque não geramos riqueza para isso. Se isto não foi viver acima das possibilidades, então não sei o que lhe chame. Talvez mania das grandezas, querer fazer figura com dinheiro alheio ou não ter onde cair morto mas fazer vida de rico, é capaz de não ser, também, desajustado de todo. 

5 comentários:

  1. a conta chega sempre! lá chegará a da praça de touros, obra de importância vital para os estremocenses a que se juntam outras igualmente urgentes, como o círculo.

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  2. A mais pura das verdades. E o problema é que isto sobra também para gente como eu, que nunca tendo gasto o que não tinha e poupado como pude, trataram de gastar por mim aquilo que eu não gastei. Havia tanta gente que até para ir de férias contraíam um empréstimo, pois não se podia deixar de ir de férias, que isso não é coisa que lhes engrandece a alma. E agora que o país está como está, "que se lixe a troika" e o governo que se demita. Como querem assim que o país ande para a frente? Eu vou é andar daqui em breve, back to my homeland.

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  3. Subscrevo inteiramente e que ódio eu que sempre fui tão contra os campos da, auto-estradas em demasia, festas de Verão pagas a peso de ouro, compadrio camarário do mais absurdo que se possa imaginar, corrupção+corrupção, BPN e parte do BPP, quase duas décadas sem "casas para arrendar + a especulação imobiliária etc, etc., tenho agora de pagar o que jamais gastei.

    Cadê os criminosos? Pois é...o povo é que paga e lorpas ainda vão em cantigas das campanhas eleitoralistas!

    Só ao murro!!!

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  4. Para ter noção do desvario do Estado português vá ao site da direcção geral do orçamento e compare 2003 com 2013.
    Já viu? É assustador, não é?
    Agora recorde-se se vivia pior em 2003. É claro que não. Para o remate final recorde-se que a economia não cresce há 10 anos, ou seja tivéssemos hoje o orçamento de 2003 e teríamos superavit, pelo que poderíamos baixar impostos...

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  5. Pois é amigo André, veja lá que em 2003 até ganhei mais do que vou ganhar em 2013...

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