terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A vasta gama de tolerâncias governativas não inclui o carnaval


Só os papalvos acreditarão na bondade da justificação do governo para não conceder tolerância de ponto na terça-feira de carnaval. Os motivos que se prendem com esta decisão não estão, obviamente, relacionados com a produtividade, a presença da troika, nem com a crise. Primeiro porque a relação custo beneficio para o país deste dia de intolerância de ponto estará por demonstrar. Segundo, porque se de facto estivessem preocupados com os argumentos que mencionam, não permitiam, entre outras coisas, a verdadeira vergonha nacional que são as greves nos sectores dos transportes.
Estamos a ser governados, tal como aconteceu anteriormente, por um bando de catraios mal-educados, incompetentes, inconsequentes mentais movidos por preconceitos ideológicos e orientados apenas para resultados financeiros. E também, convém não ser ingénuo, por uma agenda eleitoral manhosa. As pessoas, a economia, o futuro do país e das gerações futuras, esse pouco importa. Só assim se percebe a tolerância com a greve dos estivadores e a ausência de vontade em acabar com as sucessivas greves dos transportes das regiões de Lisboa e Porto. Autocarros e comboios parados e funcionários a descontar os dias sem trabalhar representam uma enorme poupança de recursos para as respectivas empresas. Todas públicas, por sinal. Como a receita com a venda dos títulos de transporte está previamente assegurada é fácil perceber o quanto a situação agradará ao governo e aos geniozinhos traquinas acabados de largar as fraldas que cirandam pelos corredores do poder.
Acredito, mas isso sou eu que só sei dizer mal e escrever pior, que meio-dia de greve nos transportes provoca muito mais estragos à economia e causa muitíssimo mais transtorno aos portugueses do que a tolerância de ponto no dia de carnaval. Mas disso aquela malta não quer saber. Nem lá está para se preocupar com minudências dessa natureza. 

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