terça-feira, 16 de novembro de 2010

Os lixados do costume


Acho absolutamente ridículo o discurso de lideres políticos, sindicais e outros, garantindo a mobilização dos trabalhadores para a greve geral, ou para outras manifestações de repudio contra as politicas de austeridade promovidas pelo governo. Uma greve, uma manifestação ou qualquer forma de protesto pretende demonstrar, quanto a mim, que um determinado grupo de indivíduos está unido na defesa dos seus interesses comuns que, nesse momento, estão a ser postos em causa. 
Embora os ataques à generalidade dos portugueses que trabalham sejam violentos, aquilo a que se assiste nada tem a ver com um forte – nem sequer fraco – sentido de solidariedade e de união. Cada grupo de vitimas tenta safar-se por si, procura encontrar subterfúgios para que a sua classe não seja atingida e tenta escapulir-se bramindo argumentos que quase nunca potenciam um sentimento de unidade com aqueles que, pelos menos teoricamente, seriam companheiros de infortúnio. 
Nem vale a pena estar para aqui a dar exemplos. São mais que muitos, sobejamente conhecidos e todos os dias surge alguém a considerar que, por uma série de motivos, as medidas de alegada contenção não se deviam aplicar ao seu grupo profissional. Também não vou perder tempo a condenar este tipo de atitude. É um sinal dos tempos, das divisões que os governantes – principalmente os actuais – têm sabido provocar na sociedade para melhor impor as suas politicas e constitui uma prática com que todos nos temos de, cada vez mais, habituar a viver. Cada um por si e o do lado que se lixe. Até que estejamos todos lixados.

2 comentários:

  1. dediquemo-nos à poesia, então:

    com duas letrinhas apenas
    se diz máfia em Portugal
    a primeira, do nome do país
    a segunda forma o plural

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  2. Mas alguma vez perdemos o estatuto de lixados? Que eu saiba não...e desde a vergonhosa descolonização (só conheço a realidade angolana) feita pelo PS, com a entrada do FMI por duas vezes na década de 80, balança que balança bate pé, com o PSD. Mas o povo vota, tem medo de uma mudança radical talvez por ser amigo-do-amigo-do-amigo e a manifestação ou greve não vai dar em nada. Não sou contra nem os condeno, eu nunca fiz greve porque um dia de salário sempre me fez muita falta.

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