Estou siderado com o exacerbado sentimento patriótico que hoje é possível encontrar em muitos portugueses. Nomeadamente entre os que não fizeram greve. Pelo menos a julgar pelas justificações para não aderir à greve e pelas opiniões dos muitos opinadores que hoje tiveram oportunidade, nos mais variados fóruns radiofónicos e televisivos, de manifestar a sua opinião desfavorável à paralisação geral decretada pelas centrais sindicais. Todos eles unânimes, trabalhadores e patrões, em garantir que o país precisa é de trabalho e que greves apenas contribuem para afundar ainda mais a nação. Pois sim. Lembrem-se disso quando forem passar férias ao estrangeiro, comprar inutilidades nas lojas dos chineses, prescindirem da factura para não pagar o iva ou, principalmente no caso dos empresários hoje particularmente patriotas, na altura de entregar a declaração anual às finanças.
Ontem, pelo contrário, Francisco Van Zeller em entrevista televisiva manifestou a sua concordância com a greve geral. Para o empresário e antigo dirigente patronal existem fortes motivos de descontentamento que justificam a sua convocatória e que até é bom fazer um dia de greve, deitar a indignação toda cá para fora e depois voltar tudo ao normal. No seu entender é preferível este procedimento do que não se fazer nada e cada um optar por outras coisas. Que, obviamente, não especificou mas que se percebem.
Já expressei neste blogue, em diversas ocasiões, a minha posição acerca das greves que visam objectivos como os que estão em causa. É tempo - e principalmente dinheiro - perdido. Por isso o antigo patrão dos patrões prefere a greve. Ele sabe porquê. Nós, os que somos atingidos pela loucura de quem nos governa, também devíamos saber e optar pelas tais coisas. E, mais do que perder dias de trabalho e de ordenado, usar a nosso favor todos os artifícios a que ainda podemos recorrer para obter algum beneficio. Já que parar a legislação idiota produzida por gaiatos ranhosos de capacidade intelectual duvidosa cujo único mérito é ter um cartão partidário, parece ser apenas possível através de outras lutas.
Subscrevo totalmente e nunca fiz greve porque sempre precisei do dia que não me pagariam mas nunca condenei quem fez e faz.
ResponderEliminarOs sindicatos defendem quem? e o quê? pois é conheci casos resolvidos apenas aos amigos do peito.
Com isto o Estado arrecadou uns milhões porque não pagará o dia, mas conheço patrões que pagarão ou o empregado poderá compensar, já que não tinham como ir...
Gostei particularmente de: "gaiatos ranhosos de capacidade intelectual duvidosa cujo único mérito é ter um cartão partidário". Vi Estremoz e o PS Local
ResponderEliminarRevoltou-me ver, principalmente, o líder da intersindical a bramar contra os srs do capital na Auto Europa. Quando aquela empresa esteve a tremer e todos com os postos de trabalho em risco, fizeram os possiveis e impossiveis para que a empresa nao fosse deslocada para outro país, nao falavam com aquele desprezo dos srs do capital. Lamento que os discursos sejam conforme o vento e que a visao de alguns influencie a de muitos outros e a torne redutora.
ResponderEliminarquem está no sector privado um dia de greve custa muito mais do que um dia de salário...
ResponderEliminarpor outro lado what's the poit? qual o motivo da greve de ontem? qual a revindicação?
A Auto-Europa parou porquê? 3,9% de aumento este ano é mau? 100 contratados passaram para o quadro é mau? há coisas que não entendo... depois qd a VW mudar a fábrica para a Roménia chamem a TV para chorarem em frente Às câmaras...