Com a aproximação das eleições e o agudizar da crise o governo parece ter sido atingido por um súbito sentimento de generosidade. Depois da apresentação de investimentos públicos de utilidade tão duvidosa quanto o seu financiamento e a sua rentabilidade, do anuncio de sucessivos “pacotes” de apoio a empresas e a familias - também conhecidos como eleitores - onde o executivo de José Sócrates se propõe gastar os milhões que antes não tinha, surge agora a ideia peregrina de atribuir o subsidio de desemprego a gestores e empresários.
Sabe-se da relação difícil, diria praticamente inconciliável, que estas classes mantêm com o rigor e a honestidade. São por demais conhecidas as artimanhas que usam na fuga aos impostos, à segurança social e a forma como não cumprem as suas obrigações para com os seus trabalhadores e fornecedores. É público que descapitalizam empresas com fins que envergonhariam qualquer gestor ou empresário digno desse nome, provocam falências fraudulentas e utilizam em proveito próprio – ou deverei dizer impróprio - dinheiros provenientes de subsídios estatais ou europeus.
Como bónus por tão notável comportamento deste tipo de gente, o governo equaciona a hipótese de atribuir uma prestação social quando uma destas criaturas resolve fechar a empresa de que é proprietário ou cessar a actividade que vem exercendo. Espero estar equivocado mas uma medida destas provocará uma vaga de encerramentos de pequenas empresas familiares. E logo para começar será, provavelmente, o fim dos mercados e feiras tal como os conhecemos…
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