Em praticamente todo o Alentejo a segunda feira de Pascoa é, desde que me lembro, o dia em que, tradicionalmente, se vai para o campo fazer um picnic e comer o não menos tradicional assado de borrego. O comércio encerra, muitos municípios celebram o feriado municipal e outros concedem tolerância de ponto, no que são imitados pela generalidade das empresas. Até mesmo cafés, pastelarias ou restaurantes são raros os que estão abertos ao público.
Não se compreende por isso a indignação de um casal de velhotes que hoje, precisamente hoje e não noutro dia qualquer dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano que têm livres, pretendiam aceder a um serviço encerrado pelo motivo acima mencionado. Provavelmente a cabecita já não ajudará muito e, talvez, nem tivessem noção da data em que nos encontramos. O velhote, mais expansivo e indignado guinchava que são todos uma cambada de “malandros”, de "filhos da puta” e de “cabrões”. Já a velhota, de lenço na cabeça ao uso lá do monte e enrolada num xaile, que isto a Primavera anda envergonhada cá por estas bandas, era mais comedida nas críticas e limitava-se a assegurar que “já ninguém quer é trabalhar”.
O transtorno causado a este tipo de gente é, de facto, notável. Amanhã, ou noutro dia qualquer, terão de voltar à “vila” no seu mata-velhos manhoso e perder um tempo precioso que lhes fará imensa falta. Quase de certeza que deixarão de fazer coisa nenhuma para tratar de algo que, ou muito me engano, pode esperar pelo Dia de S. Nunca.
por mais estranho que possa parecer... e não tinha lido o post antes....
ResponderEliminarEsqueram-se de convidar os senhores para o pic-nic; isso não se faz!
ResponderEliminarEu adoraria ter provado o borrego alentejano. Para o proximo evento deste género façam favor de avisar.
Desculpa mas , não fácil comentar por aqui
Consegui.bloga.sapo.pt
Vá lá, vá lá que não disseram que a culpa era dos comunistas.
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