segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pilha galinhas

Quiçá motivado pela ida a julgamento de um indivíduo que alegadamente terá roubado umas quantas galinhas, meio país acha hoje que esse tipo de crime não justifica o tempo nem os meios que a Justiça gasta para o julgar. O argumento utilizado é quase sempre o da comparação com outros crimes, cometidos por outro tipo de gente, com proveitos incomensuravelmente maiores. Por outras palavras, e em termos práticos que é o que realmente importa, há quem defenda que o roubo de galináceos devia ser despenalizado.
Obviamente não posso estar mais em desacordo com esta ideia absurda de despenalizar o roubo, furto ou lá o que lhe queiram chamar, só porque o objecto alvo dos amigos do alheio é de valor insignificante face aos custos do processo tendente a apurar os factos e, se for o caso, punir o prevaricador. Pior ainda quando se argumenta que a Justiça terá casos muito mais preocupantes para se entreter. Se aplicarmos este tipo de argumentação a outros serviços públicos, ainda um dia deixaremos de ser atendidos no serviço nacional de saúde se padecermos de uma gripe ou de uma unha encravada porque o custo do atendimento não se justificará no caso de maleitas tão ligeiras e os serviços terão pacientes com doenças mais preocupantes para tratar.
Defender a despenalização só porque outros que roubam quantias mais avultadas não são penalizados pelo sistema judicial é igualmente revoltante. A ser assim, ainda um destes dias alguém se lembraria de isentar um assassino de ser julgado face à impunidade de que gozaram muitos criminosos que mataram aos milhares e são hoje idolatrados por alguns.

2 comentários:

  1. ja dizia napoleao matas um és um assassinio matas um milhao es um heroi

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  2. Galináceos ou não, não se pode despenalizar um roubo ou um furto! Porque quer queiramos quer não, interessa é que houve alguém que foi vítima, e que seja em galinhas ou em oiros, ficou lesado!

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