domingo, 8 de março de 2009

Cartão de crédito para tótós

Um cartão de crédito que dá cinco por cento de desconto em todas as compras parece, assim à primeira vista, uma coisa aliciante e capaz de despertar o interesse tanto ao forreta mais militante ou ao consumista mais inveterado. Como eu, que numa estranha miscelânea difícil de justificar, consigo reunir algumas das piores virtudes e melhores defeitos de ambos.
Incoerências parvas à parte, tanta fartura deixou-me desconfiado. Como quase sempre acontece ao pobre quando a esmola é grande ou recebe propostas aparentemente tentadoras. Ainda para mais quando vindas de um banco, mesmo que seja cliente desse banco há mais de vinte anos.
Uma leitura mais atenta do folheto publicitário deixou-me sem dúvidas. É mesmo verdade. Aquele fantástico rectangulozinho de plástico dá os prometidos cinco por cento de desconto em tudo o que puder comprar com ele. Claro que tem essa condição mínima - irrelevante, até – de tal desconto apenas se aplicar no caso de pagar o saldo do cartanito em suaves prestações, que poderão ir até sessenta meses, pelas quais o banco irá cobrar uns simpáticos vinte e três por cento de juros. E no caso, pouco provável, de pretender amortizar o montante em divida apenas terei de suportar uma penalizaçãozinha, quase insignificante, de três por cento sobre o valor amortizado. Ganda negócio!

2 comentários:

  1. Ninguém dá nada a ninguém ;)

    Para mim um cartão de crédito só tem interesse se me der alguma coisa sem pedir nada que me transtorne em troca. Varia de pessoa para pessoa a definição de "transtorno" lol mas eu uso o leve (www.leve.pt) da cgd (devia pedir-lhes comissão pela publicidade ehe). Dá-me uma % do que gasto para o PPR (que depois ainda pode ser tb amortizado no IRS) e não me transtorna porque não tem custos (não pago anuidade porque uso-o sempre que as lojas deixam e acabo por fazer os 3.000€/ano e não pago juros porque pago sempre tudo no fim de cada mês).

    Eu tb tenho este habito de andar a fazer comparações de tudo e esmifrar as letrinhas pequenitas ehe ;)

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  2. Considero este "post" serviço público. Sou sensível ao tema - até por formação académica - e não há coisa que mais abomine que a exploração da inocência das pessoas.
    Parabéns!

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