Certas
opiniões, se expressas por um qualquer vulgar cidadão, para além
de não deverem ser levadas a sério, são perfeitamente
irrelevantes. Daí que alguns disparates que se vão dizendo – ou
escrevendo – não tenham importância absolutamente nenhuma. É, no
fundo, a aplicação daquela máxima que garante que vozes de burro
não chegam ao céu.
O
caso muda de figura quando manifestadas por outros com alguma
responsabilidade ou projecção mediática. As opiniões expressas
por este tipo de figurão, até por chegarem muito longe, deveriam
ser bem pensadas e não constituírem uma espécie de bocas mais
comuns entre os frequentadores de tabernas ou outros antros de má
vida. E, neste aspecto, os últimos dias têm sido particularmente
férteis. Desde o maluco que acha não serem as dividas coisa que os
adultos devam levar a sério até ao outro que se está a marimbar
para os compromissos financeiros, passando pelo gajo que sugere a
emigração como solução para quem não tem emprego.
Ainda
assim não foi este tipo de conversa que mais de indignou. Outras
declarações tiveram o condão de me desagradar bastante mais. Ouvir
– na televisão – um Presidente de Câmara garantir que pode não
haver dinheiro para mais nada, mas que nunca faltará para pagar
almoços aos eleitores mais velhotes lá da terra é bastante mais
irritante. Ou escutar um conhecido comentador a considerar pindérico
que a Câmara da capital do reino tenha – apenas para poupar a
bagatela de setecentos mil euros - decidido não proceder às
habituais iluminações de natal, é coisa para me deixar de boca
aberta.
As
prioridades desta gente são intrigantes. Festarolas e luzinhas.
Apesar disso, um vai continuar a gerir uma autarquia e o outro a
vomitar opiniões num canal televisivo. O pior é que continuará a
haver quem os leva a sério. Por mais parva que seja a sua
verborreia.
Mas o mais triste não é que esses tristes digam esses disparates!
ResponderEliminarO mais triste é que continuem, de uma forma sistemática, a serem eleitos por outros mais tristes ainda...!