terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Festarolas e luzinhas


Certas opiniões, se expressas por um qualquer vulgar cidadão, para além de não deverem ser levadas a sério, são perfeitamente irrelevantes. Daí que alguns disparates que se vão dizendo – ou escrevendo – não tenham importância absolutamente nenhuma. É, no fundo, a aplicação daquela máxima que garante que vozes de burro não chegam ao céu.
O caso muda de figura quando manifestadas por outros com alguma responsabilidade ou projecção mediática. As opiniões expressas por este tipo de figurão, até por chegarem muito longe, deveriam ser bem pensadas e não constituírem uma espécie de bocas mais comuns entre os frequentadores de tabernas ou outros antros de má vida. E, neste aspecto, os últimos dias têm sido particularmente férteis. Desde o maluco que acha não serem as dividas coisa que os adultos devam levar a sério até ao outro que se está a marimbar para os compromissos financeiros, passando pelo gajo que sugere a emigração como solução para quem não tem emprego.
Ainda assim não foi este tipo de conversa que mais de indignou. Outras declarações tiveram o condão de me desagradar bastante mais. Ouvir – na televisão – um Presidente de Câmara garantir que pode não haver dinheiro para mais nada, mas que nunca faltará para pagar almoços aos eleitores mais velhotes lá da terra é bastante mais irritante. Ou escutar um conhecido comentador a considerar pindérico que a Câmara da capital do reino tenha – apenas para poupar a bagatela de setecentos mil euros - decidido não proceder às habituais iluminações de natal, é coisa para me deixar de boca aberta.
As prioridades desta gente são intrigantes. Festarolas e luzinhas. Apesar disso, um vai continuar a gerir uma autarquia e o outro a vomitar opiniões num canal televisivo. O pior é que continuará a haver quem os leva a sério. Por mais parva que seja a sua verborreia.

1 comentário:

  1. Mas o mais triste não é que esses tristes digam esses disparates!
    O mais triste é que continuem, de uma forma sistemática, a serem eleitos por outros mais tristes ainda...!

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