sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ainda a (in)tolerância de ponto

A tolerância de ponto concedida por ocasião da visita papal provocou reacções que, simpaticamente, classifico apenas de surpreendentes. A mais original foi-nos proporcionada pelo Presidente da Câmara de Castelo de Vide que entendeu não seguir a orientação governativa – nada o obrigava a isso, é bom que se saliente – e, no uso dos seus poderes, resolveu manter os serviços do município a funcionar. Uma decisão inteiramente legitima e que, muito naturalmente, não poderá ser objecto de qualquer contestação.
Argumenta o dito autarca que na actual conjuntura não é aceitável a concessão de tolerâncias de ponto e que o país em geral e a autarquia a que preside em particular precisam é que se trabalhe. Coisa que, obviamente, não se lhe afigura compatível com a Câmara fechada e o pessoal em casa a ver o Papa. No entanto, assegurou, os trabalhadores não vão ficar prejudicados relativamente aos seus colegas de outras autarquias que puderam usufruir de um dia sem trabalhar. Promete, numa tirada que nem a mim – que também gosto de dizer parvoíces – me ocorreria, que vai compensar a rapaziada com tolerâncias a cinquenta por cento para os feriados de Junho. Bem visto, sim senhor! Ou a crise está quase a passar e dentro de um mês já não faz mal a malta ficar um dia sem bulir ou então a produtividade é muito maior quando o chefe da Igreja católica está entre nós. Existe, claro, ainda a hipótese de o homem gostar de ser do contra, ou ter, digamos, algum problemazito…mas isso é lá com ele e com quem o elegeu.

3 comentários:

  1. Cá para mim o Sr gosta é de dar nas vistas...!
    E deu!
    Mas é pobreza ir trabalhar numa tolerância e ver os outros em casa a desfrutar do cómodo sofá...
    Os meus horários às vezes sofrem umas alterações meio doidas mas sou sempre compensada com folgas ou com €€€.
    Venham mais visitas papais!
    MFCC

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  2. Também não percebi muito bem a posição deste autarca e ou será a velha frase: uma no cravo, outra na ferradura?

    Enfim!

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  3. Já agora, o sr. presidente devia era providenciar um fato de trabalho para o cantoneiro de limpeza(agora chamado assistente operacional), que falou para a reportagem da SIC, já que o mesmo dá uma imagem pouco digna do municipio que representa...este pobre deve ser daqueles funcionários aos quais o sr. presidente não quer aplicar a opcão gestionária, que sempre permitia que recebessem mais uns euritos no fim do mês...

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