Não foram poucas as ocasiões em que me expressei, aqui no Kruzes ou noutros locais, a favor de ordenados dignos. Dão-me estas circunstâncias o direito de me indignar perante um excerto de uma entrevista a uma professora do ensino secundário, já com bastantes anos de profissão e perto da aposentação, que hoje encontrei por acaso ao folhear uma revista antiga. Antiga mas apenas com alguns meses, saliente-se.
“O que mais me revolta é que o vencimento não é mesmo nada compatível com a função que exerço”, lamentava-se a docente quando inquirida acerca dos aspectos menos positivos da sua função. Admito que a carreira docente tenha sido muito atacada nos últimos anos. Admito com facilidade que o papel do professor tem sido substancialmente desvalorizado, a sua autoridade colocada em causa, as escolas estejam repletas de alunos mal-educados e negligenciados pelos pais ou que o sistema de ensino tende a beneficiar os burros e a não valorizar os bons alunos. Deve ser, tudo isso, a que chamam a tal escola inclusiva. Agora o que não admito – no sentido de discordar, obviamente – é que esta classe profissional, nomeadamente aqueles que estão na faixa etária da professora que proferiu as declarações que reproduzi, se queixem do vencimento que auferem. Podem, os professores, ter muitas razões de queixa, mas no que diz respeito à retribuição mensal não é coisa de que se possam lamentar.
Imagem obtida daqui (Lista de aposentações da Caixa Geral de Aposentações – Junho 2010)
Claro que não podem nem devem lamentar-se porque ganham bem, embora reconheça que nos moldes actuais do ensino o desgaste é enorme de quem é verdadeiramente Professor(ora) e se dedica com alma e coração ao que faz.
ResponderEliminarHá imensos que chegam, despejam a matéria, preenchem lá uns papeis e papelotes e querem lá saber do resto desde que ao fim do mês chegue o ordenado e que o tempo vá contando, porque neste país e a todos os níveis, profissões, público ou privado cada vez mais se valoriza os INCOMPETENTES em prol de quem realmente é competente no que faz.
Chorar de barriga cheia é um hábito tipicamente português!
Pelo quadro da imagem concordo consigo. Mas o quadro representa a realidade dos salários dos professores? Gostava de ver a hiperligação.
ResponderEliminarO problema é este mesmo, sejam bons sejam maus todos comem pela mesma medida, mas vá lá alguém falar de avaliações! Tás quieto ó mau.
ResponderEliminarAplica-se aqui e noutras profissões.
Já agora, comem, e pelos vistos comem bem. Ainda se queixam...
É verdade que os professores já forma uma classe privilegiada, mas, que hoje são uma classe em decadência.
ResponderEliminarAo longo dos tempos lhes foi retirado muito poder...
Antes era 1 exagero, com castigos e sovas.
Agora é outro exagero, quase sem poder e controlo nas aulas, vive-se quase em anarquia ...
A Suécia, por exemplo requer todos os anos professores do estrangeiro, porque ninguém quer assumir a "responsabilidade" de ensinar.
Lá ganha-se super bem, acima dos 5000€ mensais!
Se compararmos com a tabela aqui apresentada "eles" ganham "1 miseria".
Comparados com o Zé_povinho "eles" ganham mesmo BEM, uma média de 2000€ mês.
MFCC
O quadro apenas representa uma parte da verdade.
ResponderEliminarHá muitos professores (contratdos) a ganharem bem menos de metade daqueles que aparecem no post. Infelizmente, generaliza-se, neste pequeno Portugal, com muita facilidade.