Mesmo correndo o risco de ser acusado de populismo, ou de estar a enveredar por um perigoso caminho que é geralmente percorrido por aqueles que atacam a democracia e as suas instituições, não posso deixar de me indignar – poder até podia, mas não quero – com o agravamento dos custos que o país tem suportar com os seus representantes, vulgo deputados, na chamada casa da democracia. Pior ainda quando em simultâneo o restante país está sob fogo cerrado de medidas altamente restritivas que, não raras vezes, raiam o ridículo e visam apenas poupar uns míseros trocos sem significado.
Não consigo vislumbrar argumentos que justifiquem a absoluta necessidade democrática de pagar subsídios de reintegração, viagens ou de melhorar significativamente as ajudas de custo dos deputados. Nem, sequer, que se gaste uma pequena fortuna a proporcionar-lhes um ambiente de trabalho ainda mais agradável. Podem os apreciadores desta democracia argumentar que tudo isso contribuirá para elevar a qualidade das nossas leis e, por consequência, das nossas vidas e que, no fundo, os beneficiários de todas estas pequenas extravagâncias não são eles, somos nós. Podem, mas é melhor que não o façam perto de quem vai ser espoliado de centenas de euros que, entre outras coisas, vão servir para melhorar a qualidade de vida de um certo surripiador de dispositivos de gravação.
Quando for grande também quero ser politico.
ResponderEliminarO seu texto está super bom!
ResponderEliminarSão estas ajudas/melhoramentos/subsidios/etc. que nos lixam o orçamento e assim ao escrever parecem ser uns miseros tostões (cêntimos), mas na realidade são umas largas centens de €... que fazem a diferença.
Se eles (deputados, políticos e afins) ganham já de si super bem (mesmo muito bem acima dos 2 a 3 mil €), então porque é que desse dinheiro, não pagam as suas contas, deslocações e comida???
Nós, que ganhamos um ordenado desgraçado e miseravel é que deviamos ter subsídios de deslocação, ajudas de custo etc. para podermos 1 vez por ano viajar em condições e desfrutar das "férias".
Isto é que era mesmo porreiro!
MFCC