Surpreende-me que, por estes dias, não se tenha ainda levantado uma onda nacional de indignação pela atitude da Câmara de Mirandela relativamente à professora daquela localidade que entendeu por bem deixar-se fotografar, tal e qual veio ao mundo, para a revista “Playboy”. Nem mesmo a intelectualidade bem pensante, sempre tão empenhada em manifestar-se contra qualquer coisa que lhe cheire a discriminação, esboçou o mais leve protesto. Nem, ao menos, uma obscura organização de direitos humanos, um sindicato pró-comunista ou uma associação que ninguém conhece, mas que garante defender intransigentemente o direito a qualquer um, ou uma, se despir quando muito bem lhe apetece, surgiu a defender a esbelta senhora. Incrivelmente nem os tresloucados do Bloco de Esquerda vieram a público insurgir-se contra a decisão da autarquia e protestar pela atitude alegadamente discriminatória de que a docente estará a ser vítima.
Este é um caso que me parece extremamente grave, atentatório da liberdade individual e revelador, da parte daqueles que assim decidiram, de uma mentalidade que até mete dó. Provavelmente para todo o alheamento que se tem verificado em relação a esta situação contribuirá o facto de a senhora não ser – digo eu que não a conheço de lado nenhum – fufa. Porque se o fosse o caso mudaria imediatamente de figura e, desde há dias, assistiríamos a intermináveis telejornais transmitidos directamente de Mirandela, debates onde a Câmara e população local seriam tratados abaixo de energúmenos e, quase de certeza, existiriam já algumas dúzias de processos em tribunal. Assim, sendo ao que parece uma cidadã perfeitamente normal, que se lixe.
No meu tempo, ou seja há 30 anos atrás, admitia que se tomasse esta medida, porque se a minha professora se despisse para a playboy, hoje nao havia a revista para nao falar no trauma.
ResponderEliminarContinuo sem perceber onde é que um acto destes lhe tira a competencia profissional.
Vamos ver se usam a mesma medida para os "paneleiros" que agora ja se podem casar uns com os outros.
Mario J
Tem piada que quase à mm hora publiquei sobre o mm tema. Tb me repugna este tipo de disparate, ainda para mais qd as fotos já foram tiradas há meses e só foram publicadas agora. É o país que temos!...quando as mentes dos que deviam dar exemplo de imparcialidade são misógenas, não há mt a esperar.
ResponderEliminarLamento discordar mas uma professora deve preservar a sua imagem e não tornar-se num objecto sexual. Tivesse outra profissão, não haveria problema, seria uma escolha pessoal. Mas uma professora não deve posar nua.
ResponderEliminarÉ uma questão de bom senso, e não venham com desculpas relativistas.
Quanto a não ser falado, isso tem mais a ver com o facto da maioria da imprensa ser de Esquerda, e ainda achar que posar para fotografia ou concorrer a miss qualquer coisa é uma exploração da mulher e algo de "fascista", tal como os comunistas chamavam ao concurso Miss Portugal, nos anos a seguir ao 25 de Abril.
A profª é dona do seu corpo, da sua vida privada e do seu tempo livre, nao tem de pedir licença seja a quem for para fazer o que bem entender. Há opinioes que fazem lembrar outro tempo, em que para se exercer tinha que se assinar a declaraçao anti-comunista. Em que a professora tinha que viver em castidade ou casar com alguem da sua classe social e pedir autorização para o fazer.
ResponderEliminarSe fosse um professor a ser fotografado nu, era um garanhão, como é no feminino, aparecem logo umas mentes castradas, viradas para os lados dos talibãs a clamar por recato. Por acaso na praia, há letreiros nos fios dentais a dizer a profissão de cada um(a)???...E todos(as) têm a panoramica ao vivo e a cores! E todos(as) olham, mesmo com conjuges ao lado! E chegam a mandar bocas parvas! E nao apalpam porque...
Por acaso quando regressam de ferias, bronzeados(as), com um ar saudável, sao questionados se fizeram nudismo, vestiram fato de banho, bikini ou string? e sao despedidos ou mudados de serviço se confessarem que fizeram nudismo ou andaram com fatiotas reduzidas? nao, estavam de ferias! é precisamente o mesmo - estava no tempo de pausa, independentemente da profissao!....