sábado, 15 de maio de 2010

As medidinhas

Ao contrário do que muitos reclamam, não considero desajustado o conjunto de medidas de combate ao défice anunciadas pelo governo. Se não vejamos:
- Considero preferível subir impostos a baixar salários. O IRS baixará na próxima oportunidade, que é como quem diz quando as eleições se aproximarem. Já os vencimentos, caso tivessem sido reduzidos, só muito dificilmente voltariam a subir. Para além da inegável vantagem de, pelo facto de outros países terem seguido essa via, nos estarmos a aproximar da média europeia em termos salariais;
- A diminuição do montante das transferências para as autarquias locais afigura-se também acertada e dotada da mais elementar justiça. Os municípios estão há muitos anos a passar ao lado da crise, continuam a gastar como se não houvesse amanhã e estão a endividar-se a um ritmo alucinante. Pode a medida não representar uma poupança orçamental por aí além mas é, pelo menos, um abanar de consciências para eleitos e eleitores. Talvez de agora em diante todos comecem a pensar que afinal nas tesourarias municipais não existe nenhuma máquina de fazer dinheiro;
- O aumento do IVA, embora seja um imposto cego e socialmente pouco justo, constituía uma daquelas inevitabilidades…inevitáveis.

Por fim a pergunta que se impõe. E aquele pessoal que em certos dias do mês enche as estações de correio, em que medida é afectado por esta crise e de que forma é chamado a dar o seu contributo?! Assim de repente lembrei-me que o IVA das cervejas também aumenta mas, de imediato, veio-me à memória que os pack´s de seis latas à venda no Modelo são frequentemente constituídos apenas por cinco…

2 comentários:

  1. Bem observado e sobre "a pergunta que se impõe" a ver vamos no que vai dar, mas já se nota a aflição/agitação de vários que andam no gamanço e não fazem a ponta de um corno!

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  2. As medidinhas são mesmo má_zinhas! É para nos afundar ainda mais, mas como a Terra é redonda
    qualquer dia sai-se no Japão!
    :D
    MFCC

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