Na anterior crise o importante era gastar. Criar incentivos às empresas, distribuir generosamente dinheiro pelas famílias mais carenciadas e fomentar o crescimento económico mesmo que isso significasse fazer disparar o deficit para valores estratosféricos. Isso, na altura, era visto como algo de necessário e apresentado até como um acto de boa gestão. Dizia-se, à época, que tinha acabado a era dos economistas e que de então em diante prevaleceria a lógica da política.
Esta teoria disparatada foi rapidamente seguida por muitas autarquias. De um dia para o outro desatámos a ter notícias de planos anti-crise que iam surgindo um pouco por todo o lado. De resto neste campo as autarquias estavam como peixe na água, porque distribuir de maneira generosa e magnânima o dinheiro dos contribuintes está-lhes na génese.
De repente – em três semanas, diz o outro pantomineiro – o mundo mudou, a crise também e onde antes se punha dinheiro é agora urgente tirá-lo. Assiste-se agora a idêntico frenesim autárquico, mas de sentido contrário, e são às dúzias as Câmaras a anunciar a tomada de medidas visando a contenção de despesas. De resto não é difícil escolher onde cortar. Ao longo dos anos as autarquias habituaram-se a gastar, investir dizem eles, como se não houve amanhã ou se o dia seguinte fosse de uma radiosa prosperidade.
É bom que seja este o caminho a seguir. Mais tarde ou mais cedo será inevitável extinguir municípios e freguesias e se os gregos optaram por extinguir os que têm menor número de habitantes – dez mil no caso – nada nos garante que, por cá, alguém não possa ter a ideia de acabar com os mais endividados…
Subscrevo!
ResponderEliminarAgora é que vivemos a crise da crise!
ResponderEliminarE quais são as medidas para combater a crise?
As medidas são:
- tirar a quem realmente trabalha
- tirar a quem ganha menos
- tirar a quem produz
- tirar a aos "pobres" e dar aos ricos...
Ora um governo que tem:
- tanto ministro
- tanto secretario
- tanto conselheiro
- tanto director
- etc.
O que acontece?
- Um país farto de ver a banda passar, sem tocar!
MFCC