Não me canso de afirmar que o verdadeiro ataque à liberdade de expressão não vem, como nos últimos anos muitos nos têm feito crer, dos políticos que ocupam os mais variados cargos aos diversos níveis do poder. Nem mesmo José Sócrates, apesar de todas as manigâncias em que é acusado de estar envolvido, conseguiu calar ninguém. Mesmo quando circunstancialmente levou a sua avante e obteve o afastamento de uma ou outra voz mais incómoda, muitas outras se levantaram e as consequências das suas tentativas – a terem existido - revelaram sempre que não é possível silenciar as vozes discordantes nem calar aqueles que se opõem ao poder.
Entendo, já o referi vezes sem conta, que a verdadeira censura que se vive hoje em Portugal tem muito mais a ver com o pensamento politicamente correcto, padronizado por uma esquerda pedante e em muitos casos rabeta, que impede a maioria das pessoas de exprimir livremente a sua opinião sobre assuntos,acerca dos quais está instituído uma linha de pensamento oficial da qual não se pode divergir sem ser vítima de uma adjectivação insultuosa que, já me tem acontecido, apenas se entende o significado com um dicionário por perto.
Veja-se, a este propósito, as reacções da paneleiragem e actividades correlativas ao último trabalho discográfico de Quim Barreiros. Denotando uma falta de fair-play e poder de encaixe – característica que não posso deixar de estranhar nessa malta – os insultos ao cantor não se fizeram esperar.
Por mim não aprecio - detesto é capaz de ser mais apropriado - as músicas do dito cantor. Mas detesto ainda mais aqueles que o criticam, não por o homem cantar mal ou aparentar um estilo a atirar para o javardola mas porque ousa parodiar o casamento gay no seu último trabalho. E, imaginem a ousadia, atreve-se a tratar por paneleiros, larilas ou maricas aquela rapaziada que fez a opção – legitima, evidentemente – de o ser.
O Quim não é dos meus cantores favoritos, mas há horas em que sabe bem ouvi-lo cantar...
ResponderEliminarComo foi agora o caso.
Ele é hilariante!
Sabe rimar as coisas e encaixa-las tão bem...
Quem o criticou é porque às tantas também vai/quer casar com 1 "Zé"...
Somos ou não 1 país livre?
Vivemos ou não numa DEMOCRACIA?
E os Gays o que têm a fazer é aceitar a "coisa", assim como, o cidadão comum aceita o facto.
"Num é"?
MFCC
Claro que tens razão porque num país democrático temos "que respeitar a opinião/trabalho/letras dos outros". Não conheço o último trabalho deste "parolo a 2.000%", mas dar importância a tanta javardice que já editou é valorizar o que é desvalorizável. Só valorizo a consertina, instrumento que gosto sim senhora!
ResponderEliminarO facto de eu não gostar dele e de outros, não implica que outros(as) gostem e que o admiram e bem ao seu estilo disfrutam e dançam ao som
Igualmente controverso é uma canção dele que fala em "bacalhau" e não foi por aí que a maioria das mulheres se puseram contra. Também reconheço que há termos de norte a sul que cada um dá o significado que quer e...fico-me por aqui!