quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ideias parvas

Qualquer reportagem, inquérito de rua ou outra forma de auscultar a opinião daqueles que vendem alguma coisa revela que os portugueses compram pouco porque, garantem os vendedores, não tem dinheiro. Quase todos se lamentam dos ordenados baixos da generalidade dos trabalhadores o que, de uma ou outra forma, faz com que o seu negócio se mostre cada vez mais inviável por falta de poder aquisitivo dos potenciais compradores.
O mesmo acontece com os que produzem os bens que os primeiros nos vendem. Consumo em queda, matéria primas em alta, concorrência dos países emergentes e outras coisas que ficam por dizer mas que facilmente se adivinham de tão óbvias, constituem o leque de motivos que tem levado ao longo dos últimos anos ao desaparecimento de grande parte do tecido produtivo nacional.
Perante este cenário não deixa de ser espantosa a posição veiculada pelo Fundo Monetário Internacional – presidido, tal como o Banco de Portugal, por um socialista – relativamente à politica salarial a seguir pelo governo português. Reduzir os já de si parcos vencimentos dos funcionários públicos poderia constituir uma catástrofe de dimensões difíceis de imaginar, nomeadamente em pequenos concelhos do interior onde a esmagadora maioria da população activa trabalha na autarquia e nos poucos serviços públicos que lá existem. Qualquer diminuição do seu poder de compra representaria o colapso do tecido económico local em vastas zonas do país, com todas as consequências que são fácies de adivinhar. Por todos menos por aqueles que conhecem melhor as câmaras de televisão do que a realidade em que vivem as pessoas que tem de aturar as suas teorias parvas.

3 comentários:

  1. http://fotos.sapo.pt/8SKTkUVHT61cCmGPgpph

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  2. As reportagens e os inquéritos de rua valem muito sim, quantas vezes já alguém viu numa reportagem um comerciante dizer que o negócio lhe corre bem?
    No entanto não conheço nenhum vendedor que passe fome e as lojas nascem que nem cogumelos por toda a parte.
    Quanto à função pública todos sabemos que a população activa trabalha nas autarquias no interior mas também lá trabalha muita população inactiva.
    Não digo que se baixem ordenados, penso é que se devem subir os de quem trabalha e varrer que não faz nem deixa fazer nenhum.
    A culpa do não aumento não vem da ineficácia dos trabalhadores, vem do excesso de trabalhadores

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  3. Se reduzirem os ordenados dos funcionários publicos, em especial os que ganham pouco ou mesmo 1 ordenado médio, como se irá viver neste país?
    Devem sim reduzir os ordenado dos: Gestores, Acessores* e mesmo extinguir, assim como Guarda costas e Motoristas só nisto ia-se poupar muitos milhões de €s
    (*nada produtivos)
    MFCC

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