Tenho aqui manifestado em inúmeras ocasiões a minha indignação
pelo encerramento de serviços públicos no interior do país. Com este tipo de políticas
prejudica-se a população, diminui a qualidade de vida aos que ainda por cá
restam, promove-se o abandono do território e fomenta-se a desertificação.
Parece-me óbvio, mas se calhar é só a mim, que aquilo que eventualmente se poupa
no presente ao fechar serviços ainda nos irá – a todos – custar muito caro no
futuro.
Pena que àqueles que vivem no litoral, em especial nos grandes
centros, pouco tenha incomodado esta estratégia de encerramento de tudo o que
pertence ao Estado. Pelo contrário. É mais ou menos comum este procedimento
colher a simpatia praticamente generalizada daqueles que, até agora, não têm
sido afectados por esta tendência de fechar tudo o que fica longe de Lisboa. O
argumentário em defesa desta posição envolve quase sempre razões de escala,
nomeadamente a pouca gente servida e os altos custos do serviço. Como se, por
sermos poucos, fossemos cidadãos de segunda ou apenas onde existe muita gente
todos os direitos devam estar garantidos.
É por estas e por outras – mais pelas primeiras do que pelas
segundas – que tenho alguma dificuldade em solidarizar-me com todos os que
estão hoje indignados pelo encerramento da maternidade Alfredo da Costa. A
indignação terá, provavelmente, apenas razão de ser em termos sentimentais. O
que, convenhamos, se comparada com a onda de encerramentos a que temos
assistido país fora é coisa pouca. Até porque, caso se confirme o fim daquela unidade
de saúde, aos potenciais utentes não faltarão alternativas no raio muito
reduzido de quilómetros. Coisa de que nem todos os portugueses - supostamente
iguais – têm à disposição.
Como é óbvio sou contra tudo que encera nas zonas menos populosas, mas nos grandes centros estás a imaginar: levas a tua mulher para ter um filho à Alfredo da Costa por ser da sua zona. Por ventura se o parto corre mal e o bebé e mãe precisam de...são remetidos para a Alfredo da Costa. Depois complicações a níveis de abortos, nados que nascem mortos, prematuros é tudo recambiado para lá.
ResponderEliminarMais...depois se tens uma bateria de exames é tudo feito lá, mas se fecharem fazes alguns num outro hospital, outros na zona de residência porque fica tudo distante e se já esá doente...morre-se por andar de póncio para pilatos.
Não tenho qualquer valor sentimental, quero é saber se nos outros hospitais terão esses serviços e o que farão daquele palacete que há bem pouco tempo sofreu um enorme restauro.
Quantas vêm de zonas rurais e são internadas lá? Mais uma vez as mulheres saem prejudicadas...e ou vira privado e só lá vai quem tem seguro e ou paga bem...percebes? A tal falta de informação de um governo incompetentes que de TRANSPARENTE NADA TEM!
Fatyly
ResponderEliminarO que descreves é o que já se passa, perante a indiferença de quase todos, no interior do país. Com a ligeira diferença de o "poncio e o pilatos" estarem distantes não 10 ou 15 Km's mas 100 ou 150.
Se devia fechar? Obviamente que não. Pena é que só há este alarido porque é em Lisboa. Muitos dos que agora protestam achariam que se fosse em Estremoz (como tantas e tantas coisas que por aqui fecharam) era um racional acto de gestão.
O destino do palacete? Uma negociata qualquer onde alguns meterão uns "trocos" ao bolso...
Com a pitada de ironia com que sempre apetece salpicar este tipo de coisas, pergunto eu. Será que ainda existe o palheiro onde nasci lá na santa terrinha?
ResponderEliminarNão irão, com certeza, faltar alternativas... no privado!!
ResponderEliminarNão acredite que vão distribuir todas aquelas valências instaladas para o Hosp. da Estefânia!!