Isto, tal como se esperava, não está a correr nada bem. Por “isto”
entenda-se o programa de ajustamento orçamental a que o país está a ser
sujeito. O cada vez mais evidente falhanço não surpreenderá muita gente. Até
porque os indícios são evidentes. Avizinha-se, portanto, mais austeridade. O
que também não surpreende. Apesar dos anos usados a queimar as pestanas – ou a
lubrificar as goelas, talvez – os economistas convertidos à política não
conseguem encontrar alternativas inteligentes e, vai daí, insistem nas soluções
que, comprovadamente, apenas trazem mais problemas.
Tal como revela a síntese da execução orçamental de Abril,
divulgada por estes dias, a receita continua a cair a pique e a despesa a subir
em flecha. Exactamente o contrário daquilo que se pretendia e que os actuais
governantes, quais génios da táctica e magos da estratégia económico-financeira,
se propunham realizar. Os números demonstram o evidente falhanço desta gente e
desta política. Aliás quase todos sabíamos que ia ser assim. E isto é apenas o princípio.
Dos dados agora divulgados saliento apenas dois aspectos que me
parecem significativos. O Imposto Municipal sobre Transmissões - a antiga sisa
- e o Imposto sobre Veículos caíram, respectivamente, 31% e 47,5% em relação ao
mesmo período do ano anterior. Sintomático, sem dúvida. No seu conjunto a
receita fiscal, apesar do brutal aumento de impostos, tem uma quebra de 5,8% e
a despesa, apesar de todos os cortes, verifica um aumento de 3,5%. Numa
empresa, os responsáveis por resultados desta natureza, já estavam todos na
rua. Neste caso isso não acontece. Os accionistas até parecem continuar satisfeitos.
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