Desde que estamos sob intervenção da troika – os gajos que estão
cá para nos ensinar a pagar as nossas dívidas – que tem sido produzida inúmera legislação
visando reduzir a despesa do Estado e diminuir o montante que este deve aos
seus fornecedores. De todas a mais conhecida, de tão polémica, é a Lei dos
Compromissos e Pagamentos em Atraso. Não que dela resulte nada de especial, para
além dessa coisa estranhíssima aos olhos de alguns que é comprar apenas quando
existe dinheiro para pagar.
Esse conceito, tão absurdo para a maioria dos gestores das
entidades públicas, é aquele que tem merecido mais contestação – vá lá saber-se
porquê – e que tem ofuscado outros aspectos curiosos que, pelo menos a mim, causam
profunda indignação. Nomeadamente na parte em que a lei, no caso o Orçamento do
Estado, obriga municípios e freguesias a utilizar o dinheiro que deixa de ser
pago aos funcionários a título de subsidio de férias e natal, para reduzir a
divida. Menos mal, dirão alguns. Entre os quais me incluo, diga-se. No entanto,
ainda que mal pergunte, para onde vai o dinheiro das Câmaras e Juntas que não
devem nada a ninguém?! Pode argumentar-se, entre outras coisas, que não serão
tantas assim. Mas, de certeza, o seu número não é meramente residual e o valor
em causa ainda menos. Eu, que não sou de intrigas, tenho um palpite – dois ou
três, até - quanto ao seu destino. E é a quase certeza de acertar que aborrece.
Vão para os bolsos dos mesmos ou para as festas da bimbalhada ou ainda para excursões-caça-votos:)
ResponderEliminar