sábado, 24 de setembro de 2011

Uma fisga para cada um e não se fala mais nisso

Garantem muitos que o dinheiro gasto em guerras e armamento chegaria, e ainda sobejava, para acabar com a fome e a miséria no mundo. Terão, provavelmente, toda a razão. Acredito que países como o Iraque, Irão, Paquistão, Coreia do Norte ou Índia estariam num patamar elevadíssimo de desenvolvimento humano se não desviassem parte significativa dos seus recursos para fins militares. Até mesmo o Afeganistão, o Sudão ou a Somália não seriam a bosta que se conhece caso o dinheiro investido na sua islamização e no combate religioso fosse aplicado em coisas realmente úteis. Ou, aqui mais perto, a ETA aplicasse todos os meios de que dispõe para ajudar quem precisa – e calculo que haja gente no país basco a passar mal - em lugar de andar a pôr bombas que, por acaso, matam pessoas que nada têm a ver com as suas ideias parvas.
Não tenho a certeza – é, aliás, uma dúvida que me persegue – se será a este dinheiro que a maioria dos que usam este argumento se referem. Desconfio que não. Parece-me que estarão antes a pensar na massa que o ocidente rebenta em despesas militares e que, por qualquer espécie de obrigação moral, alguns consideram que devia gastar a ajudar os pobrezinhos do resto do mundo. Como se esses pobrezinhos não estourassem em tralha militar, também eles, dinheiro mais do que suficiente para viverem muito melhor. Mas isso sou eu a especular. É que, ainda sou desse tempo, de vez enquanto vem-me à memória a história dos mísseis bons e dos mísseis maus.

4 comentários:

  1. Trata-se de um círculo vicioso mantido para alimentar os poderes instituídos.

    Saudações!

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  2. e continuando a tua especulação...subscrevo e não podias ter escolhido melhor título:):)

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  3. Vou tentar ser claro... quanto à Europa e á defesa dos direitos humanos que ela prossegue.
    Misseis bons foram os que caíram na Líbia (e na verdade eram precisos).
    Mísseis maus foram os que ficaram em casa e não caíram no Bahrein (já que as razões eram as mesmas da Líbia...)
    A propósito... como votará a Europa na questão da Palestina?!
    Ali também se defendem direitos humanos...

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  4. O contributo da industria do armamento para os grandes grupos económicos é demasiado grande para se pensar de outra forma. Infelizmente.

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