Quando determinado bem ou serviço
apresenta um preço demasiado elevado relativamente à média do mercado ou ao que
estou disposto a pagar por ele, ainda que possa ter dinheiro para o adquirir opto
por não o fazer. Isto, naturalmente, em termos gerais e deixando de lado situações
especificas e completamente anormais. Penso que desta forma penalizarei muito mais
o vendedor ganancioso e o Estado-ladrão do que, por exemplo, desatar a chamar
gatuno a quem vende e filho de uma senhora que anuncia os seus préstimos nos
classificados do Correio da Manhã ao político que aumenta impostos. Daí que
tenha manifesta dificuldade em entender os protestos contra o preço da gasolina
daqueles que, podendo andar a pé, continuam a não abdicar do automóvel ou, como
está agora na moda, dos que vociferam contra a cobrança de IVA à taxa máxima da
electricidade e, eventualmente, do vinho.
Em ambos os casos não me parece que
seja difícil proceder a uma redução do consumo que cubra o previsível aumento
do preço. Se, relativamente à electricidade, as maneiras de poupar poderão
requerer alguma imaginação e, até, prescindir de algum conforto, já quanto ao
vinho não se me afigura que a coisa apresente dificuldade de maior. Basta reduzir
o consumo em 9% e a carteira não se irá queixar de correntes de ar. Ou, em
alternativa, que quem o vende seja um pouco menos ganancioso. Porque um
restaurante, ainda com IVA a 13%, vender por 5,90€ uma garrafinha de 37,5 cl,
contendo uma vulgar zurrapa que custa em qualquer supermercado pouco mais de euro
e meio, é algo muito parecido com roubar. Ou assaltar, como fazem inúmeras
espeluncas no Algarve, que cobram um euro por uma gota de café que mal tapa o
fundo da chávena.
É por estas coisas que, contra a
corrente daquilo que a maioria dos estudiosos garante, considero o imposto
sobre o consumo muito mais justo do que a tributação sobre o trabalho e, em
certa medida, sobre o capital. Se quanto ao consumo disponho sempre de opção em
função de uma série de factores que posso controlar, o mesmo não se verifica
relativamente ao rendimento em que não existe alternativa ao pagamento. É que
pagar impostos e “engordar gulosos” são duas das coisas que mais me chateiam.
Tal e qual e também concordo com a tua opinião. Posso assinar?:)
ResponderEliminarEfectivamente há muitas espeluncas no Algarve que fazem isso... mas também estou certa que isso não é só apanágio do Algarve, há muitas espeluncas espalhadas por esse país fora que praticam o mesmo roubo...
ResponderEliminarQuando almoço ou janto fora, apenas bebo vinho em alguns restaurantes que não roubam o cliente. Nos que passam a vida a roubar, pergunto a marca, o preço e, com toda a delicadeza, peço uma garrafa de 1,5 l de água... É de partir o côco a rir...
ResponderEliminarCompadre Alentejano