A indignação da intelectualidade europeia - e até da portuguesa - com a expulsão de ciganos romenos e búlgaros para os seus países de origem, decretada pelas autoridades francesas, é, entre outras coisas, despropositada e hipócrita. Embora esta ideia do governo gaulês, diga-se, seja tão estúpida quanto parece. Basta atentar no ar satisfeito que os alegadamente expulsos exibem quando são filmados pelas televisões seja à partida de França ou à chegada ao sitio de onde nunca deviam ter saído. O que não admira. Ganham uma viagem à borla para ir matar saudades dos parentes, receberam trezentos euros e antes que o Sarko dê duas quecas com a Carla Bruna já eles roubaram um automóvel e encetaram o caminho de regresso. Quem sabe, até, acompanhados de mais uns quantos primos que cresceram durante a sua ausência e já têm agora idade para praticar uns actos de solidariedade cá pelo ocidente. Como assaltar casas e isso.
Mas esta aparente solidariedade revela também uma grande dose de hipocrisia. Sabe-se que são frequentes as rixas entre famílias ciganas. É prática comum entre esta comunidade que, quando as divergências se mostram inultrapassáveis, todos os elementos das famílias envolvidas sejam expulsos e obrigados a deslocar-se, cada uma para seu lado, para localidades bastante afastadas da residência habitual. Em poucas horas velhos, mulheres e crianças são obrigados a reunir todos os haveres e desaparecer para bem longe. Onde, provavelmente, não conhecerão ninguém nem serão bem recebidos. E, vá lá saber-se porquê, nenhum ousa colocar em causa a mudança forçada nem, ainda menos, desobedecer.
Isso, no entanto, não incomoda as selectivas consciências dos que agora vociferam contra esta pretensa repatriação. O que só pode significar que se estão – tal como toda a gente, afinal - completamente nas tintas para os ciganos e que apenas aproveitam estas ocasiões para exibir publicamente o seu multiculturalismo. Só querem é aparecer, eles. Os multiculturalistas. Que até chateiam de tão multiculturalistas que são.
Pois é...e agora é a Itália! Para que os governos tomem estas medidas é porque de facto "foram identificados e repatriados".
ResponderEliminarÉ pena que o nosso SEF não diga quantos "estrangeiros, não só ciganos" foram já repatriados e segundo julgo saber pagam-lhes apenas a viagem e mais nada.