sábado, 7 de agosto de 2010

O chumbo é inimigo do ambiente

Como sabem todos os que tem filhos em idade escolar, pelo menos aqueles que não são fiscalmente pobres e não beneficiam por isso dos presentes generosamente distribuídos pelo Estado e autarquias, esta é altura do ano em que as carteiras sofrem um rombo assinalável graças à necessidade de adquirir toda uma panóplia de livros e tudo o resto que,  cada vez mais, nos é impingido por acréscimo como fazendo parte integrante do preço por que compramos os manuais escolares. 
Mas em breve felizmente tudo isso pertencerá, espera-se, ao passado e não constituirá mais do que uma longínqua recordação do tempo em que andar na escola implicava coisas chatas, desagradáveis e desinteressantes como estudar, ler ou até mesmo fazer cabulas. Assim a oposição se deixe de demagogias, populismos, campanhas negras, bota-abaixismos e resolva, de uma vez, puxar pelas energias do país, aceitando a sábia proposta, da não menos sábia Ministra da Educação, que visa acabar com os chumbos. Essa instituição decadente, que não motiva os alunos e através da qual ainda, todos os anos, se impede que meia dúzia de burros que mal sabem ler entrem na universidade. Há, de facto, que acabar com tão hedionda  prática. E quanto antes. 
Num futuro próximo, a ser assim, poucos comprarão livros. Só um parvo irá gastar duzentos e tal euros num monte de papel inútil de nula relevância para o percurso escolar do seu rebento. Que, como é óbvio, estará sempre condenado ao sucesso. Toda esta essa massa, que não é pouca, ficará disponível para emborcar umas bejecas, comprar aqueles trapinhos que ficam mesmo a matar ou para, finalmente, fazer aquelas férias na Tailândia. Tudo, como é fácil de perceber, coisas muito mais interessantes do que comprar livros para o fedelho.

1 comentário:

  1. Realmente mais uma ideia brilhante por parte do Ministério da (des)Educação, mas já deveram a volta ao texto e a meu ver professor que é professor não irá cumprir o "chumbo".
    Mais...os que querem e chegam às universidadea...onde não há facilitismos, não são estes que irão dar os conhecimentos que deveriam ter adquirido nos anos anteriores...e os alunos repetem (pagando mais X por cada cadeira) ou desistem.

    A ver vamos!

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