quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Outsorcing e outros privilégios


José Sócrates construiu muita da sua popularidade à custa dos funcionários públicos. Desde que chegou ao poder tem usado reiteradamente a demagogia – coisa em que é especialista – para retirar direitos e, pior do que isso, fazer uma perseguição a estes profissionais como se toda a culpa do calamitoso estado do país fosse deles e não dos políticos – javardolas, a maioria - que nos tem governado desde o vinte cinco do A até hoje. 
Esta é, sem dúvida, uma prática popular. A gamela da intriga, da inveja e da instigação contra alegados privilégios é generosamente recheada pelo primeiro-ministro e seus sequazes e o bom povo, ignorante e imbecil, serve-se até à saciedade. Engole tudo o que lhe põem na boca e arrota a sua indignação porque os funcionários públicos, para além de malandros o que não constitui novidade, são uma cambada de privilegiados que urge meter na linha. Ganham mais que os privados, não podem ser despedidos e, até, pasme-se perante tamanho escândalo, tem um sistema de saúde muito melhor. Admito tudo isso. Até a parte dos malandros. O que não aceito é que os meus concidadãos não percebam o logro que lhes está a ser servido, nem percebam que se trata apenas de uma táctica de dividir para reinar. 
Noticias acerca de novos ataques aos funcionários públicos já começaram a surgir na imprensa. Outras mais se seguirão ao mesmo ritmo que o Zézito for caindo nas sondagens. Enquanto isso os portugueses continuarão a verberar os seus compatriotas que escolheram trabalhar na administração pública. Ninguém, excepto, talvez, os parolos ou os apaniguados deste governo – o que, bem visto, é mais ou menos a mesma coisa – acredita que as acções de verdadeiro terrorismo social perpetradas contra os trabalhadores da função pública visem, em primeiro lugar, a redução do défice, o controlo do despesa pública ou uma melhor gestão dos recursos do país. Exemplos como os que a imagem documenta não faltam e ilustram na perfeição a preocupação que esta gente tem em gerir eficazmente as finanças nacionais. Pena que aqueles parvos que nos mais variados palcos destilam o seu ódio contra os privilegiados funcionários não se manifestem com igual ira contra estes saques.

3 comentários:

  1. Claro que os ataques são sempre aos mais pequenos, esquendo-se o Zézito que também é funcionário público. Cortam, há pois cortam, mas ainda agora foram 70 para a reforma com 5.000€ patamar que o .... impôs e se não me engano destes, 20 foram com 7.000€.

    Não adianta e deixai falar "os que destilam o seu ódio contra o funcionários públicos" onde existem belissimos profissionais, mas que como em todos os sectores há aqueles que deixam "nódoas" por ondam passam.

    Foi eleito pelo povo e agora? ou aguenta-se ou rebenta-se :):):):)

    Outsorcing...o que significa???? não me apetece ir ver o tradutor que resolveu não trabalhar:)

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  2. Outsourcing é a contratação de mão-de-obra externa. Numa empresa usa-se este recurso para minimizar os custos do trabalho e no Estado para fazer baixar as despesas com pessoal. Embora, como é fácil de ver, aumentem os custos com aquisição de serviços. E se calhar também algumas contas bancárias.

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  3. Sabia da ineficácia dessa tristeza de contratação mas desconhecia o nome.
    O meu obrigado pelo teu esclarecimento.

    Uma beijoca

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