quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Orçaminto (II)

 A generalidade dos comentadores económicos não está satisfeita com a proposta de Orçamento de Estado ontem apresentada. Para eles era preciso cortar mais na despesa. Muito mais. Nomeadamente nos vencimentos dos funcionários públicos. Ou até mesmo mandar muitos para o desemprego. O que seria o ideal, no entender dessas sumidades potenciais candidatos a prémio Nobel da ciência económica, embora noutra parte do seu discurso lamentem a elevadíssima taxa de desempregados e elejam isso como um dos principais males do nosso país. 

Confesso que este tipo de discurso me deixa completamente baralhado e com receio, mais que fundamentado, de não estar a acompanhar o raciocínio das criaturas. Senão vejamos. Segundo eles o desemprego é um problema gravíssimo e o governo não revela competência para inverter a situação que, asseguram os nossos economistas, é coisa para a breve prazo chegar aos dois dígitos. Por outro lado, se muitos funcionários públicos fossem despedidos – duzentos mil dispensados da função pública foi um número que chegou a ser adiantado por um desses badamecos – seria excelente. Ainda que a tal estatística, dramática segundo eles, atingisse valores que agora consideramos impensáveis.
Claro que estes senhores não são para levar a sério. Nem sei como ainda se atrevem a atirar para o ar soluções para uma crise que não foram capazes de escrever. Contudo exibir estes admiráveis níveis de incoerência parece-me uma coisa já relativamente próxima da parvoíce.

2 comentários:

  1. Boa!
    Sabem quem eu sugeria para ser despedido da função publica?
    - Eram nada mais do que estes idiotas, porque são eles quem ganham mais, e se eles se fossem iam ver que o Orçamento de Estado dava e sobrava para o país!
    MFCC

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  2. Puxa! amigo ...você ainda é pior do que eu. Não cheguei a tanto. Não consegui contar até trinta. Parabéns, a sério, pelo esforço.
    Cumprimentos
    David Oliveira

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