Não consigo evitar um sorriso trocista sempre que ouço uma peixeira mais indignada assegurar que a nossa sardinha – a portuguesa – é que é boa. Nada que se compare à sardinha espanhola que, garantem, é uma verdadeira porcaria. Afinal parece que estava enganado. A prová-lo, ao clupeídeo marítimo que escolhe as nossas águas para navegar e que por cá acaba por morrer, foi hoje, após um processo que demorou quase ano e meio de aturados estudos, atribuída a certificação de qualidade que garante que o dito peixinho é mesmo bom.
A dúvida que me atormenta é como ter a certeza que as sardinhas agora certificadas passam a vida nas águas portuguesas. É capaz de ser um trabalho difícil mas alguém terá de o fazer. Importa, de agora em diante, garantir que nenhuma delas ultrapassa a fronteira e se deleita em navegações mais que suspeitas pelos mares castelhanos antes de ser capturada pelas redes de um qualquer pesqueiro português. Para isso conto com a honestidade dos nossos pescadores e com a perspicácia das nossas peixeiras. Serão peças fundamentais para a realização de um controlo eficiente que assegure que nenhuma sardinha pôs guelra em água espanhola. Ou lá se vai a certificação de qualidade. Que, como toda a gente sabe, é uma coisa muito importante. E também muito cara, diga-se.
A sardinha que "nós por cá" capturamos vem da África do Sul, faz um longo percurso pelo Atlântico até cá chegar...
ResponderEliminar"O mare é nostrum", e, tudo o que catpurarmos dentro dele é NOSSO!
Aquilo que é nosso é melhor do que o dos outros, só a "Galinha do vizinho é que melhor"...
MFCC