quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A avenida da harmonia

Este original canteiro pode ser apreciado numa das entradas da cidade. Ou saídas para quem circula em sentido contrário. A sua existência resulta – digo eu, embora qualquer outra explicação seja igualmente boa - do facto de, quando do arranjo paisagístico da zona, o passeio não ter sido “encostado” ao pavimento já previamente alcatroado. Apesar disso a faixa de rodagem não ganhou mais meio metro mas, em contrapartida, ficou visivelmente mais…verdejante, digamos. Constitui mesmo um exemplo perfeito da harmonia em que podem coexistir o alcatrão e esta espécie de hortaliça.
Não sei se aquilo, depois de seco ou noutro estado qualquer, se pode fumar ou não. Nem se será coisa que se possa utilizar numa salada. Tão pouco me interessa. Acho apenas que é de preservar esta pequena maravilha com que a natureza nos brindou. Apesar do tráfego intenso, dos gases emitidos pelos escapes dos milhares de viaturas que por ali passam diariamente e das adversas condições de subsistência é reconfortante assistir à resistência heróica – brava, é capaz de soar melhor – com que estas plantas enfrentam a invasão do seu espaço natural. E mesmo quando o calor as transformar em pasto recordar-nos-emos do seu exemplo. Afinal não são apenas as árvores que morrem de pé. Algumas ervas, ainda que daninhas, também.

4 comentários:

  1. Imagem de rara beleza!
    Quem diria que numa estrada alcatroada, havia 1 (mesmo que pequeno) espaço para um "jardim selvagem", natural e com a sua graça.
    Se fosse cultivado pela autarquia até atrevo-me a apostar que não ia estar tão bonito...
    Sim sres. Lindo Jardim!
    Quem terá sido o "arquitecto" acidental desta maravilhosa estrada?
    Afinal... A natureza ainda tem os seus caprichos!
    MFCC

    ResponderEliminar
  2. axo que nao tem nada a ver com arquitectos, tem mais a ver com limpeza das ruas, que não existe.

    ResponderEliminar
  3. Um canteiro deveras interessante... Só lá está porque não é ano eleitoral, senão...
    Compadre Alentejano

    ResponderEliminar
  4. talvez o Fateixa não fosse o único culpado por todos os males...

    ResponderEliminar