segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Orçaminto 2010 (I)

Sem necessidade de recorrer a estratagemas mais ou menos limianos, o governo de José Sócrates já conseguiu a garantia de aprovação do orçamento para o ano em curso.
Hesito em considerar este facto uma boa noticia. Embora não tenha acompanhado com especial atenção os desenvolvimentos das negociações entre o governo e os dois partidos da oposição à direita, não deposito grandes esperanças nos negociadores alegadamente opositores. Não lembra a ninguém – a menos que seja do CDS/PP – colocar como condição essencial para viabilizar o Orçamento que o governo fiscalize a atribuição do Rendimento Social de Inserção. Ou seja, que cumpra a lei.
Com o PSD a coisa não terá corrido melhor. Este partido estará firmemente disposto a aceitar que os funcionários públicos vejam os seus salários congelados. Isto apesar do governo até ter já revelado, noutras ocasiões, abertura – ainda que ligeira, que não convém dar largas a esses malandros da função pública – para conceder uns escassos cagagésimos de actualização salarial aos servidores do Estado.
Perante posições tão extremadas não terá sido fácil chegar a um entendimento. Cálculo que para José Sócrates tenha sido penosa a aceitação de propostas tão drásticas que, estou em crer, nunca lhe terão passado pela cabeça. Pior. Relativamente às condições avançadas pelo CDS/PP custa-me a acreditar que o governo tenha cedido em matéria tão controversa como o cumprimento da legalidade. É, decididamente, um precedente de extrema gravidade.

2 comentários:

  1. Entre a seriedade do que aqui foi escrito, não pude deixar de rir.

    O humor inteligente é outra coisa, sem dúvida alguma.

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  2. "Eleições ganhas Orçaminto à porta!"
    Ora, ora!
    Quem irá ser o beneficiado neste Orçaminto?
    - Os compinchas!
    Mesmo sabendo que pela 1ª vez teve de contar com a "oposição" para a aprovação, ele (Sócrates) lá deu a volta e levou a água ao seu moinho, mesmo tendo passado um mau bocado.
    Deviamos mudar de governo, ministros e secretários. reduzir os acessores (que têm um papel nulo) e governar pela democracia onde todos tiravam partido das medidas aprovadas, tal como acontece na Suiça. Um país a seguir o exemplo.
    MFCC

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