De repente todos os economistas passaram a considerar que afinal o aumento da despesa pública é uma coisa boa. Isto se o dinheiro passar directamente dos cofres do Estado para o das empresas, porque se esse dinheiro se destinar a remunerações de funcionários públicos, aumentar as reformas mais baixas e as prestações sociais, conceder benefícios fiscais aos trabalhadores por conta de outrem ou servir para melhorar o funcionamento de serviços básicos como a saúde a educação e a justiça, aí o aumento da despesa pública continua a ser abominável.
Sobre este assunto José Sócrates proferiu uma declaração extraordinária. Quando instado a pronunciar-se acerca da opção governativa, o primeiro-ministro declarou que injectar o dinheiro na economia através da baixa de impostos, nomeadamente do irs, não seria boa ideia. Segundo ele não haveria, nessa circunstância, garantia que as famílias gastassem o dinheiro – podia-lhes dar para poupar - e que, assim, o Estado gastá-lo-ia de certeza absoluta.
Esta falta de confiança na capacidade dos portugueses para gastar dinheiro, aliado ao desfazer do conceito que “no poupar é que está o ganho”, até agora tão defendido, deixa-me incrédulo, perplexo e ligeiramente confuso. Neste caso, ou o governo não conhece o povo que governa ou está claramente a subestimar o nosso poder de derreter cada euro que nos chega às contas. Ele que me dê aquilo que me cabe e verá que não o desiludo…
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