O ano que está prestes a terminar fica marcado por um significativo aumento da criminalidade. Pelo menos daquela que chega aos noticiários televisivos. Entre as imagens mais marcantes de dois mil e oito estarão certamente a dos assaltantes do BES de Campolide a serem abatidos pela polícia e aquelas que nos têm dado conta dos problemas na banca provocados pela actuação de uns quantos indivíduos que se auto intitulam gestores, administradores, investidores ou qualquer outro título mais ou menos fino mas que na prática fazem o mesmo que um vulgar larápio. Com a diferença que correm menos riscos de levar com um balázio nos cornos.
Na altura do tal assalto estávamos longe de imaginar o que sucederia poucos meses depois no sistema financeiro. Daí para cá sucederam-se as revelações de fraudes e manigâncias diversas cometidas por uns quantos indivíduos que até então a maioria dos portugueses tinham como pessoas sérias. Ou, pelo menos, relativamente respeitáveis. A actuação da polícia, recorde-se que escudada pelo aval do ministro da Administração Interna, que à época recebeu o aplauso praticamente unânime, seria hoje muito mais difícil de justificar e de aceitar por parte de uma opinião pública que começa a manifestar uma inquietante desconfiança relativamente aos bancos e banqueiros e uma preocupante condescendência por aqueles que de vez em quando vão lá fazer um “levantamento”. É a velha história do ladrão que rouba a ladrão no seu melhor…
Sem comentários:
Enviar um comentário