sábado, 16 de abril de 2011

Burgessos!

As televisões gostam de dar voz aos “populares”. Principalmente àqueles populares parvos ou que aparentam ter capacidade para emitir uma opinião suficientemente parva que mereça ir para o ar no telejornal. Como foi hoje, mais uma vez, o caso. A propósito da inauguração, numa qualquer aldeia, da iluminação pública com lâmpadas LED, dizia o popular de serviço, ouvido pelo repórter no local, que aquilo era assunto que lhe interessava muito pouco. Isto apesar da nova tecnologia utilizada permitir poupar ao Município lá do sitio cerca de vinte por cento na factura da luz. Porque, argumentava a besta, se fosse na casa dele é que era um coisa catita. Assim, como é na rua e a Câmara é que vai pagar menos, não é que coisa que lhe diga respeito. Acrescentou com o gargalhar idiota muito característico nos populares que expressam opiniões parvas. 
Não admira, portanto, que tenhamos chegado até aqui. Não existe consciência entre os populares – nem entre a maioria dos impopulares – que o dinheiro público é de todos e não, ao contrário do que muitos pensam, de ninguém. Tenho muita dificuldade em aceitar que não se perceba que para o dinheiro estar numa Junta de Freguesia, numa Câmara Municipal, nos cofres do Estado ou, até mesmo, na União Europeia, alguém pagou impostos e, por causa disso, ficou com um pouco menos do fruto do seu trabalho no bolso. Mas vá lá fazer perceber isso a certos burgessos.

4 comentários:

  1. Subscrevo e assino por baixo.
    Gente que não consegue ver mais além do seu nariz merece completamente os goverantes que temos tido.

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  2. Já nem sei há quanto tempo ando a tentar explicar isto às pessoas. Apesar de ser professor há 30 anos ainda não encontrei técnica pedagógica (ou andragógica) que permitisse transmitir este conceito de forma a que seja interiorizado por algumas pessoas. O Estado só pode dar à sociedade aquilo que retira à própria sociedade (ainda que contribuintes e beneficiários não sejam exactamente os mesmos e, quando o são, os contributos e os benefícios não sejam proporcionais).

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  3. É preciso saber quem é o proprietário da empresa que vende as lâmpadas "LED". Pois se calhar feitas as continhas bem feitinhas a poupança não será aquela que possa parecer. Se galhar em vez de poupança o que há é apropriação dos dinheiros públicos pelo dono da empresa X membro do partido Y (Se em vez de Y colocá-se PS estaria a errar?)

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