A imprensa de hoje – a sensacionalista, como seria de esperar – fez manchete com as alegadas dificuldades da tropa em honrar os compromissos salariais até ao final do ano. Pois que não posso acreditar. Uma noticia destas tem, forçosamente, de ser falsa. Ou, então, quem manda naquilo é burro, incompetente ou coisa pior ainda. De outra maneira não se compreende que, nos últimos meses do ano passado, tenham sido promovidos centenas de militares de todos os ramos das forças armadas. Alguns com retroactivos a perder de vista.
Parece-me, mas isso sou eu que tenho a mania de ser prudente, que não havendo dinheiro para garantir o integral cumprimento das obrigações assumidas, com os salários a constituírem a primeira das prioridades, mandava o bom senso que as promoções – por mais justas que fossem - aguardassem por melhores dias. Provavelmente quem decidiu será um dos muitos portugueses que consideram ser impossível o Estado não ter dinheiro e que, por maior que seja o aperto, “ele” aparecerá sempre. Venha lá de onde vier. Talvez o problema seja esse mesmo. Se um dia “ele” não tivesse aparecido não teríamos chegado até aqui.
É por estas e por outras que começo a dar razão aos que, no estrangeiro, entendem ser melhor deixar-nos cair. Ou seja, não mandar mais graveto para cá e que nos desenrasquemos por nós próprios. Se calhar até é capaz de não ser mal pensado. Será, talvez, a única maneira de fazer muito boa gente entender a nossa triste figura. Que, diga-se, quase todos insistem em continuar a fazer, qual orquestra do “Titanic” que vai continuando a tocar enquanto o barco se afunda. É o que dá entregar a batuta a certos maestros.
Tal e qual, sem tirar uma vírgula!
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