quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Tróia

Tróia constituiu durante a década de oitenta do século passado um destino turístico de eleição para muitos alentejanos. Aos domingos, durante todo o verão, muitas dezenas de autocarros idos de todo Alentejo levavam alguns milhares de pessoas, que na altura não tinham automóvel nem possibilidade de passar uns dias de férias noutro qualquer destino, até àquele complexo turístico que, nessa altura, ainda tinha em funcionamento o parque de campismo, vários aparthotéis, piscinas, restaurantes, lojas e um cinema. Talvez tenham sido esses os anos dourados daquele empreendimento que, no final dessa mesma década entrou em declínio tendo praticamente fechado portas.

Pode dizer-se que, por estes dias, estamos a assistir ao renascimento de Tróia. Para isso muito contribuíram a coragem política de resolver um imbróglio que parecia não ter solução e a coragem empresarial de um grupo económico português que resolveu investir no seu país.

Possivelmente não voltaremos a ter naquele local os turistas – excursionistas talvez seja mais apropriado - de chapéu-de-sol e mala térmica que abancavam no areal e degustavam o arroz de pato e os pastéis de bacalhau regados com o tinto vertido do velho palhinhas. Nem mesmo aqueles que limitavam a refeição à sandes da avó, como ouvi um gaiato irrequieto e de voz estridente reclamar enquanto projectava areia em todas as direcções, principalmente para a minha toalha, numa das últimas deslocações que fiz àquela praia. Mas daí não virá mal ao mundo.

1 comentário:

  1. Nem mais...

    Entre o declinio, ruina e abandono e a ostentação luxuosa, os preços altos para a mairia da carteira lusa e a beleza de um "resort" como Tróia vai mostrar... este rapaz aqui prefere o segundo mesmo que Tróia passe para mim a ser apenas um local de visita e passagem de algumas horas.

    O segredo está no entanto na maneira como os licenciamnetos são feitos e quais as contrapartidas e neste caso acho que o equilibrio e as vantagens para qualquer português, quer lá vá ou não - PARECEM-ME ADEQUADAS E JUSTAS.
    Aliás, noutro qualquer país de destino turistico, este espaço já estaria a uso com este irá ficar vai para muito anos... não tenho dúvidas.

    Viva Portugal

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