sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Poupar nas balas. E, já agora, nos juizes.

Não sou especial apreciador da maneira como os polícias abordam o vulgar cidadão. Arrogância e não raras vezes má-educação parecem ser requisitos essenciais para pertencer a qualquer força de segurança. Que essa postura seja exibida em situações críticas ou na presença de potenciais criminosos é compreensível, mas quando se trata de uma qualquer banal ocorrência é esta pose absolutamente descabida e reveladora, entre outras coisas, de má conduta profissional.
Nutro, no entanto, alguma admiração pelo trabalho policial. Nomeadamente aquele que obriga a dar o coiro ao manifesto. Que é como que diz a lidar com todo o tipo de escumalha e arriscar a vida, na maior parte das situações, por muito pouco. Daí que tenha dificuldade em perceber que um policia seja condenado em catorze anos de prisão por ter morto um meliante. Na sequência de um assalto, diga-se. Parece que o agente terá agido com negligência. Durante o assalto e na perseguição que se seguiu não manteve o cano da arma apontado para cima e o dedo longe do gatilho. Coisa que, pensava eu – mas ninguém me manda ser parvo – devia ser, ela sim, considerada negligente. Se assim é não se justifica que a polícia ande armada. Era até uma boa maneira de poupar. Não se gastava dinheiro em armamento, não se apanhavam os assaltantes e poupava-se um dinheirão com os trâmites judiciais. Só vantagens, portanto.

2 comentários:

  1. Subscrevo inteiramente e apesar dos pesares (o tal ar imponente lol), rendo a minha homenagem a todos eles que fazem o que podem e com meios absurdos!

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  2. Gostei imenso desta ironia!
    Na "mouche"!!

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