sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Não gosto de ultimatos. É uma coisa que me aborrece.


Estrangeiros a mandar palpites acerca da maneira como nos governamos ou fazemos a gestão do nosso território é coisa que parece estar a tornar-se um hábito. Agora foram uns camionistas espanhóis. Diz que não querem pagar as portagens nas nossas auto estradas. Pior.  Têm a lata de fazer um ultimato ao governo – ao nosso, que apesar de ser uma merda é o nosso e portanto só nós é que podemos dizer mal – para no prazo de um mês criar uma zona livre de portagens até cento e trinta quilómetros da fronteira.
Apesar do meu carro, mesmo nos dias em que está na garagem, possuir o fantástico poder de passar por inúmeros pórticos das mais variadas ex-scuts – mas isso talvez constitua motivo para um post com mais pormenores – não discordo da cobrança de portagens neste tipo de vias. Se assim não for terão de ser todos os contribuintes a pagar. Mesmo os que não têm automóvel. O que, deve ser falta de visão estratégica, não me parece justo. Portanto quem as usa que as pague. Principalmente se forem espanhóis.
Fico a aguardar que todos os que se indignaram com as declarações da Merkel e do outro gajo alemão do parlamento europeu, manifestem igualmente a sua revolta com esta espécie de ultimado. Que envolve, ao que parece, a ameaça de uns quantos desacatos caso a sua pretensão não seja atendida. Desconfio, no entanto, que a reacção seja exactamente a contrária. É capaz de recolher simpatias do lado de cá. Principalmente entre um bando de alarves que se, num caso semelhante, fizessem o mesmo em relação a opções do governo espanhol – afectassem ou não os portugueses – eram gajos para não ter uma vida sossegada quando atravessassem a fronteira.

2 comentários:

  1. O remate final está genial e não duvido que seria a pura realidade!
    Isto já começa a ser surreal...

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  2. E não é que estás carregadíssimo de razão?!

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